Produção de leite é discutida durante seminário em Passa Sete
Como produzir leite com eficiência foi o tema do Seminário Regional de Bovinocultura de Leite do Vale do Rio Pardo, realizado na quinta-feira, 27, no Salão São Miguel, na localidade de Pitingal, em Passa Sete. O evento, que está em sua terceira edição, reuniu mais de 260 pessoas que acompanharam durante o dia diversas palestras que abordaram desde o manejo alimentar do rebanho, doenças e custos de produção.
No início da programação o público acompanhou o relato dos irmãos Robson e Renan Ruoso, do município de Sobradinho, juntamente com o técnico em Agropecuária da Emater/RS-Ascar, Rotiere Guarienti. Há seis anos, os irmãos, juntamente com os pais Antônio e Beatriz e as esposas Greiciele e Liege, decidiram investir na produção de leite como a principal fonte de renda. Nossa vontade era reduzir o tabaco e nos dedicar mais à produção de leite e de silagem. Para isso, investimos na gestão da produção e da propriedade, contou Renan.
A família integra o Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, do Governo do Estado, e entrega, diariamente, 600 litros de leite para a cooperativa. Com mão de obra exclusivamente familiar, os agricultores obtiveram a eficiência produzindo pastagem para alimentar os animais, complementada com silagem e ração, além de manterem investimentos constantes no melhoramento genético do rebanho, criação de terneiras, produção de silagem, estrutura e equipamentos. Não sabemos de tudo, estamos em constante aprendizado. Hoje temos uma produção de 600 mil quilos de silagem, que também é comercializada. Com isso a silagem do nosso rebanho possui custo zero, frisou Robson.
Em seguida, o engenheiro agrícola da Emater/RS-Ascar, Diego Barden dos Santos, falou sobre Manejo nutricional de bovinos de leite. O extensionista destacou o trabalho desenvolvido no município de Venâncio Aires, com agricultores integrantes do Grupo do Leite. Segundo Santos, com o investimento em pastagens, em especial as perenes, a produção de leite do município apresentou um crescimento, em quatro anos, de 119%. Com a dieta alimentar, o custo de produção passou de R$ 0,58 por litro, para R$ 0,47. Lucro não é só quando a cooperativa aumenta o valor pago pelo litro do leite, mas quando conseguimos reduzir o custo de produção, frisou. Ainda segundo ele, o trabalho não é só garantir a produção de leite, mas também a saúde e a reprodução dos animais, concluiu.
As doenças que podem atingir os rebanhos foram os temas apresentados pelos médicos veterinários da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Ana Claudia Mello Groff e Fernando Groff. Ana Claudia falou sobre o Panorama da brucelose e da tuberculose bovina no Rio Grande do Sul, destacando a incidência das doenças no Estado. O maior desafio é encarar que possuímos essas doenças no Estado e realizar os testes necessários nos animais. É importante adquirir animais que possuam o teste de brucelose e turbeculose, orientou. A Febre aftosa foi o tema apresentado por Groff, que destacou que a obrigatoriedade da vacinação do rebanho está sendo discutida. Hoje possuímos o certificado de que somos livres de aftosa com vacinação. Com o certificado de livre de aftosa, novos mercados serão abertos para a comercialização. Nesse caso, o controle da doença passa por outros meios como o acompanhamento dos técnicos da Inspetoria Veterinária. Contudo, é importante que o produtor continue vacinando o seu rebanho até que tenhamos uma definição oficial, alertou Groff.
Finalizando as atividades da manhã, o assistente técnico estadual e gerente técnico adjunto da Emater/RS-Ascar, Jaime Ries, falou sobre os preços do leite no Rio Grande do Sul. À tarde a programação teve continuidade com a abertura do Seminário e, em seguida, a palestra Custos de produção e índices zootécnicos de sistemas de produção de leite, ministrada pelo zootecnista e supervisor técnico da Tortuga, Frederico dos Santos Trindade.
O Terceiro Seminário Regional de Bovinocultura de Leite do Vale do Rio Pardo é promovido pela Emater/RS-Ascar, com o patrocínio da Cotriel, Sicredi, Afubra, Banrisul, Languiru e Sindilat, com apoio da Seapdr, Prefeitura de Passa Sete, Tortuga, Arranjo Produtivo Local (APL) de Agroindústrias e Alimentos do Vale do Rio Pardo.