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Curiosidades

Um Olhar sobre o Mundo entrevista brasileira que trabalha na Nasa

Um Olhar sobre o Mundo entrevista brasileira que trabalha na Nasa
NASA/JPL-Caltech/Divulgação/Agência Brasil
09.07.2018 16h31  /  Postado por: Redação

A brasileira Rosaly Lopes sempre sonhou viver em outro planeta. Seu sonho de adolescente de se tornar astronauta e mudar de endereço no espaço acabou não se realizando. No entanto, hoje ela trabalha como cientista na Nasa, a agência espacial norte-americana, e é uma das principais investigadoras de indícios de vida em Titã, a segunda maior lua do sistema solar, que orbita Saturno. Rosaly conta sua trajetória e fala de seu trabalho para o jornalista Moisés Rabinovici, no programa Um Olhar sobre o Mundo.

Como especialista em geologia e vulcanologia, Rosaly Lopes procura sinais nos astros por meio de instrumentos e sondas da Nasa. É a líder da equipe de pesquisadores da agência que estuda astrobiologia. Especializou-se em buscar vulcões nesses pontos explorados à distância e descobriu 71 deles em Io, uma lua de Júpiter. Além disso, já explorou praticamente todos os existentes na Terra. Com isso, Rosaly entrou no livro Guiness de recordes por ter descoberto mais vulcões ativos do que qualquer outra pessoa no mundo.

Rosaly Lopes, além de pesquisadora da Nasa, atualmente também é redatora-chefe da revista de ciência planetária Icarus, antes sob a responsabilidade do astrofísico Carl Sagan. Segundo ela, a pesquisa da vida em outros planetas e luas tem muito a ver com o conhecimento que se adquire na exploração do interior da Terra. Ela explica que os cientistas estão fazendo esse estudo específico dos vulcões de Titã para descobrir se há formas de vida que podem se desenvolver ali.

“Titã é um satélite que tem uma camada de gelo acima de um oceano de água líquida. Nós achamos que, como nos oceanos da Terra, lá também tem vulcões”, explica. A equipe integrada pela brasileira procura sinais químicos que indicariam algum traço de vida no vulcanismo, na superfície e na atmosfera. “Então, sempre que fazemos estudos sobre outros planetas, temos que comparar com a Terra porque a Terra é o que conhecemos”, assinala. Por isso, Rosaly já esteve em 63 vulcões em nosso planeta para observar e avaliar o comportamento dessas formações.

Previsões

A cientista prevê que a humanidade está se aproximando do dia em que vai estabelecer colônias em outros lugares como Lua e Marte. “Eu não quero dizer que vai ser nos próximos cinco ou 10 anos. Mas eu acho que isso é parte do futuro da humanidade, estabelecer colônias em outros lugares. É só você pensar que, por exemplo, há 200 anos não podíamos imaginar colônias na Antártica e agora temos muitas bases lá”, argumenta. Ela considera maravilhoso o trabalho de exploração espacial e acha que esta é a realização mais importante de sua geração.

Rosaly explica como se faz a pesquisa à distância dos acidentes geográficos de um lugar distante como Titã. “Não é só com fotografias. Nós temos outros instrumentos que estiveram na sonda Cassini. O instrumento que eu usei mais e ainda uso é o radar. Além disso há câmeras, espectrômetros, altímetros”, diz a cientista.

Ao analisar a situação do programa espacial brasileiro, a pesquisadora da Nasa afirma que nosso país tem bons cientistas que trabalham com dados de missões espaciais, embora ainda esteja no início do projeto de enviar naves para o espaço. ” Eu acho que agora é possível o Brasil construir instrumentos que podem ir em naves estrangeiras. Espero que no futuro o Brasil possa mandar missões a outros planetas.”

A pesquisadora salienta a importância da educação nas escolas sobre as questões do espaço e que acredita que acompanhar o desenvolvimento das missões pode servir como inspiração para as novas gerações se envolverem com ciências, informática e tecnologia, que são áreas em crescimento.

Sobre o programa

Com 40 anos de experiência, sendo 16 vividos como correspondente internacional em vários países, o jornalista Moisés Rabinovici é o apresentador do programa Um Olhar sobre o Mundo. Também trabalhou na imprensa escrita e em emissoras de rádio. Para entrevistar seus convidados e tratar de inúmeros temas que são notícia, usa o conhecimento reunido em grandes coberturas internacionais, inclusive como repórter de guerra e analista de política. As informações são da Agência brasil.

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