Secretaria da Agricultura confirma 1º caso de doença do mormo na Região Central
A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) confirmou na quarta-feira (17) o primeiro caso da doença do mormo na Região Central do Estado.O cavalo, da raça Crioula, pertence a um produtor rural que vive na localidade de Porteira Sete, interior de Cachoeira do Sul. Ele está isolado e deverá ser sacrificado até o fim da próxima semana.O primeiro teste feito a partir da coleta de sangue do animal, em 15 de dezembro de 2015, deu resultado positivo para a doença. Foi feito pela empresa Hípica, de Porto Alegre. A divulgação foi feita em 11 de janeiro.Para que houvesse a confirmação, era necessário um segundo teste. No mesmo dia foi feita uma nova coleta de sangue, que foi encaminhada ao Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), credenciado junto ao Ministério da Agricultura, que confirmou, então, o diagnóstico da doença.O animal foi adquirido pelo produtor rural de forma clandestina, ou seja, Guia de Trânsito do Animal (GTA), que exige exames como o de anemia, mormo e influenza equina. Por conta disso, se faz necessário rastrear o animal para eliminar a possibilidade de que outros animais tenham sido infectados. No entanto, a Seapi enfrenta problemas para fazer isso.“Nós estamos tendo dificuldade para rastrear esse animal, porque esse vendedor é conhecido apenas por um apelido. Então, é difícil rastrear”, afirma o médico veterinário Udo Erhardt. “É necessário saber por onde ele esteve nos últimos seis meses, porque, assim, saberemos se ele contaminou, ou não, outros animais”.O proprietário do animal foi multado em R$ 1,2 mil por conta da falta da GTA.É o 41º caso de mormo oficialmente confirmado no Rio Grande do Sul segundo controle feito pela Seapi.O que é e sintomasConforme o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), o mormo é uma doença infecciosa que acomete, principalmente, os equinos (cavalos). Ela não tem vacina ou tratamento e é causada por uma bactéria que é rapidamente inativada pelo calor, raios solares diretos e por desinfetantes comuns como hipoclorito de sódio. Sua sobrevivência pode ser prolongada em ambientes molhados e úmidos.A doença é transmitida pelo contato com o material infectante, tanto diretamente com secreções do doente, quanto indiretamente por meio de bebedouros, comedouros ou equipamentos contaminados.Em humanos, a doença normalmente se manifesta em até 14 dias. A contaminação acontece pelo contato com animais doentes, fômites contaminados, tecidos ou culturas bacterianas em laboratórios. É preciso que ocorra o contato específico para que a doença seja transmitida, por exemplo, por meio de feridas e abrasões na pele.O indivíduo contaminado fica febril, com pústulas cutâneas, edema de septo nasal, pneumonia e abscessos em diversas partes do corpo. É uma zoonose de difícil tratamento, sendo, quase sempre, fatal.
Com informações da Rádio Gaúcha