RS tem 401 notificações de pessoas contaminadas por agrotóxicos em 2019, diz Saúde
Em 2019, o Rio Grande do Sul contabiliza 401 notificações de casos de intoxicação pelo uso de agrotóxico. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan), que integra o Sistema Único de Saúde, e foram confirmados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) na quarta-feira (5) de junho.
O dado corresponde a uma taxa de 3,57 casos por 100 mil habitantes.
Em 2017, foram 719 casos de pessoas contaminadas. Em 2018, o número subiu para 830.
Segundo a bióloga Silvia Thaler, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, o número alto representa riscos à saúde da população, que é exposta direta ou indiretamente aos agrotóxicos, seja por contato dérmico, inalação, ingestão de alimentos e água, via placentária ou pelo leite materno.
Silvia informa que muitos estudos científicos alertam para os impactos à saúde pela exposição crônica aos agrotóxicos como depressão, autismo, doença de Parkinson, desregulação endócrina, vários tipos de câncer e malformações fetais.
O médico Alexsander Kucharski explica quais são os sintomas de uma intoxicação. “Geralmente são sintomas relacionados a mal-estar geral, vômitos, diarreia, queda de pressão, desmaio, isso vai aumentando conforme a gravidade, inclusive [podendo ocasionar] convulsões e alterações dos sistemas, onde a pessoa pode ir a coma ou a óbito”, relata.
No estado, há 8 anos, é obrigatória a notificação de uma intoxicação, ou seja, quando a pessoa se sente mal ela precisa ir para uma unidade básica de saúde.
Quando há suspeita de contaminação por agrotóxico, os profissionais preenchem uma ficha de intoxicação que é encaminhada para a Coordenadoria de Saúde da região, onde se inicia uma investigação do caso.
Descarte correto de embalagens
As embalagens de agrotóxicos quando são descartadas de forma incorreta podem causar sérios danos para o ambiente e para a saúde humana, pois os resíduos químicos ainda estão nas embalagens mesmo após o uso.