Entidades e empresas não fecham acordo sobre preço do tabaco, safra 2021/2022
A primeira rodada de negociação de preço para o tabaco da safra 2021/2022 terminou de maneira frustrante para os fumicultores e seus representantes. Sete empresas fumageiras foram recebidas, de maneira individual, na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul/RS, nos dias 20 e 21 de dezembro.
A proposta de reajuste do preço, por parte da representação dos produtores, levou em consideração a variação do custo de produção, acrescido de 10 pontos percentuais para a rentabilidade do produtor e a sustentabilidade do setor. Este percentual de acréscimo representa a perda que o produtor teve nas últimas safras. Apesar do custo de produção ter sido apurado de forma conjunta entre as entidades e cada fumageira, a negociação parou, novamente, num impasse. Apenas uma empresa apresentou proposta de reajuste acima do custo de produção apurado. Uma não apresentou proposta e as demais não atingiram nem o percentual do custo de produção. “Isso causa uma grande frustração e insatisfação. Foi realizado todo um trabalho em conjunto de apuração do custo de produção para, na hora da negociação, a proposta não atingir nem esse percentual, ou não considerar uma rentabilidade para o fumicultor. Isso é inadmissível”, falam os representantes dos fumicultores.
A Comissão representativa mantém abertas as negociações, porém, alerta que estarão atentos ao que acontece no campo. “Estaremos acompanhando as compras e os preços que estão sendo praticados. Não queremos que ocorra igual à safra passada, com valorização somente no fim da safra. Os produtores precisam ser valorizados e considerados como parceiros, pois, cada vez mais, a cadeia produtiva do tabaco vem enfraquecendo”.
A comissão representativa dos produtores de tabaco é formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e pelas Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
PROPOSTAS PARA A VARIEDADE VIRGÍNIA
JTI: Custo de Produção em conjunto (14,23%) + 10 pontos percentuais de sustentabilidade da atividade = proposta representantes: 24,23% – Proposta Empresa: 16%
BAT: Custo de Produção em conjunto (16,51%) + 10 pontos percentuais de sustentabilidade da atividade = proposta dos representantes: 26,51% – Proposta Empresa: 13,8%
China Brasil: Custo de Produção em conjunto (18,83%) + 10 pontos percentuais de sustentabilidade da atividade = proposta representantes: 28,83% – Proposta Empresa: 15%
UTC: Custo de Produção em conjunto (19,24%) + 10 pontos percentuais de sustentabilidade da atividade = proposta representantes: 29,24% – Empresa não apresentou proposta
Premium Tabacos: Custo de Produção em conjunto (18,56%) + 10 pontos percentuais de sustentabilidade da atividade = proposta representantes: 28,56% – Proposta Empresa: 13,28%
Alliance One: Custo de Produção em conjunto (28,43%) + 10 pontos percentuais de sustentabilidade da atividade = proposta Representantes: 38,43% – Proposta Empresa: 15%
CTA: Custo de Produção em conjunto (22,67%) + 10 pontos percentuais de sustentabilidade da atividade = proposta Representantes: 32,67% – Proposta Empresa: 15,3%
Texto: Jorn. Luciana Jost Radtke/Afubra