Farsul entrega MP do Endividamento pronta ao Congresso Nacional
A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) entregou aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um modelo de Medida Provisória (MP) com as soluções defendidas pela entidade para acabar com a maior preocupação do agricultor gaúcho atualmente: o alto endividamento.
O modelo contempla os pleitos já repassados ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em 7 de maio. Entre eles, estão a prorrogação das dívidas acumuladas após as extremidades climáticas dos últimos anos e a criação de uma linha de crédito, com juro de 3% ao ano, 15 anos de prazo e dois anos de carência.
“Essa sugestão de MP é um instrumento para que eles (parlamentares) possam trabalhar através do Congresso, com articulações. É uma solução para as nossas dificuldades, porque temos muita narrativa, mas os recursos não chegam. Não adianta ter Plano Safra se o produtor gaúcho está devedor e não consegue financiar a safra”, afirmou o presidente da Farsul, Gedeão Pereira.
Pacheco determina votação dos projetos
Após o encontro, o presidente do Senado convocou, em plenário, a comissão temporária externa da casa criada para acelerar a reconstrução do RS: quer a lista dos projetos de lei relativos à reconstrução do Estado que estão travados na casa.
“Logo após a tragédia, esta presidência instalou uma comissão temporária no Senado Federal, com três senadores do RS e cinco de outros estados. Chamarei reunião imediata dessa comissão para acelerar as demandas legislativas que dão efetividade ao socorro ao Estado do RS”, garantiu Pacheco.
No pronunciamento, que abriu sessão desta terça, o senador também relatou que recebeu comitiva de entidades, parlamentares e líderes de vários setores econômicos do RS.
Além de reiterar os esforços em prol da reconstrução, convocou, para a próxima terça-feira, 16, sessão plenária exclusiva para deliberar os projetos de lei tocantes ao tema que estejam pendentes na casa.
“Vamos unir esforços dos poderes Legislativo e Executivo a fim da reconstrução do RS, que foi devastado. Não pode haver arrefecimento da empatia e da solidariedade”, destacou.
Agricultores familiares pedem anistia a quem perdeu tudo
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) integrou as reuniões como representante dos agricultores familiares. De acordo como representante da entidade, Alberto Brock.
“Pedimos anistia para os agricultores que perderam absolutamente tudo. Os demais entrariam numa escala de renegociação de dívidas”, relatou Brock.
De acordo com o dirigente, a reunião com Lira cintou com cerca de 30 representantes da economia gaúcha, parlamentares e representantes do governo estadual. Já a com Pacheco foi mais restrita, com não mais de “13 ou 14 pessoas”.
“Presidente Lira falou que ainda hoje (terça) se reuniria com o ministro da Fazenda e deixaria um tempo especial para a necessidade de urgência da pauta apresentada pela delegação gaúcha”, destacou.