O vice-presidente da FETAG-RS, Eugênio Zanneti, em entrevista à Geração, destacou a expectativa pelo lançamento do plano safra 2024/2025, que ocorrerá no próximo dia 3 de julho. Zanneti abordou a importância do plano para a agricultura familiar, ressaltando as negociações em Brasília e as demandas dos agricultores. Ele ressaltou a necessidade de redução de juros e a correção do enquadramento da agricultura familiar, que não é ajustado desde 2021.
Zanneti explicou que o PRONAF é crucial para os agricultores e defendeu a elevação do limite de renda bruta de R$ 500 mil para R$ 750 mil, especialmente para produtores de leite que enfrentaram dificuldades recentes devido a estiagens e enchentes. “A gente foi lá pra defender com unhas e dentes que precisa ter redução de juros. O enquadramento da agricultura familiar desde 2021 não é corrigido. O agricultor que é pronafiano tem renda bruta até R$ 500 mil, e desde 2021, isso não é corrigido. Então, a gente está pedindo que fosse corrigido para R$ 750 mil”, afirmou.
Ele também reforçou a preocupação com o Proagro, que estava ameaçado por uma possível inviabilidade devido a altas alíquotas. “Eles chegaram a falar em 18% de alíquota do Pronaf. É uma coisa assim inviável. Tu imagina 18% da alíquota do Pronaf mais 6% de taxa de juros. O produtor já sai com o custo de 24% na operação”, disse Zanneti.
Também participou da entrevista o presidente do Sindicato Rural de Arroio do Tigre, Alceu Mergen, que destacou a importância da inclusão de mais agricultores no PRONAF, a necessidade de ajustar o CAR para não prejudicar pequenos produtores e a expectativa de mudanças no financiamento agrícola para permitir melhores condições de cultivo. “Essa vinculação do CAR ao PRONAF vai tirar muitos agricultores nossos aqui da nossa região do PRONAF. Realmente é uma política social, uma política pública importante que viabiliza o pequeno agricultor, mas a gente não vai ter acesso”, explicou.
Ele enfatizou que o agricultor precisa de apoio para continuar produzindo alimentos, especialmente após eventos climáticos adversos. “O agricultor precisa de ajuda, daí é bom se não for anistiar para todo mundo que haja um escalonamento. Todo mundo perdeu, então todo mundo merece um desconto ou para quem perdeu tudo realmente que haja anistia”, finalizou.