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Temer coordenou pessoalmente a operação para salvar Aécio da perda do mandato de senador

Temer coordenou pessoalmente a operação para salvar Aécio da perda do mandato de senador
18.10.2017 10h49  /  Postado por: upside

       A operação que salvou Aécio Neves de perder o seu mandato no Senado na terça-feira (17) foi coordenada pessoalmente pelo presidente da República, Michel Temer. Desde a semana passada, Temer havia entrado em campo para garantir que o tucano não fosse afastado das atividades parlamentares, segundo informações divulgadas pelo blog da Andréia Sadi, da Globonews.
A interlocução de Temer ocorreu com os comandos dos PMDB e do PSDB, além de pedir ajuda ao presidente do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE). Temer procurou o presidente da Casa na véspera da votação. Oficialmente, Eunicio negou que o tucano tenha sido assunto da conversa.
Mas fontes relataram que o caso do senador mineiro foi um dos temas do diálogo. A interlocutores, Eunicio disse que não contassem com ele para fazer “manobras” e afirmou que a votação ocorreria se houvesse quórum.
Também na noite de segunda-feira (16), passou pela casa de Eunicio o senador do PSDB Antonio Anastasia, principal aliado de Aécio no Senado. O principal motivo do empenho do presidente são os votos do PSDB na Câmara dos Deputados para barrar a segunda denúncia contra ele.
Para articular apoio a Aécio, com quem Temer mantém conversas por telefone desde que o STF (Supremo Tribunal Federal) havia decidido pelo recolhimento noturno do tucano, o presidente mandou chamar na semana passada o líder do PMDB no Senado, Raimundo Lira.
Lira foi ao Palácio do Jaburu, fora da agenda oficial. Ele negou que tenha tratado do caso de Aécio. Interlocutores do presidente, no entanto, relataram que Temer contava com o PMDB para garantir votos a Aécio no plenário, além de blindagem no Conselho de Ética. O conselho é comandado pelo PMDB.
Na sessão de terça-feira, Lira encaminhou o voto da bancada do PMDB a favor de Aécio. No PMDB, Temer contou principalmente com o líder do governo no Senado, Romero Jucá. Ele foi escalado para costurar o apoio do partido e do PSDB a Aécio na votação.
O Senado derrubou, por 44 votos a 26, a decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) que havia determinado o afastamento de Aécio do mandato. Com isso, o parlamentar tucano poderá retomar as suas atividades no Congresso Nacional.
Com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS/Friboi, Aécio foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelos crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa. Além de pedir e receber R$ 2 milhões do grupo empresarial como propina, ele também teria atuado para atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato.
Desde o início das investigações, Aécio – derrotado por Dilma Rousseff (PT) no segundo turno da eleição presidencial de 2014 – tem negado as acusações, afirmando ser “vítima de armação”.

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