Nesta terça-feira, 02, o técnico agrícola da Cotriel de Tunas, Maurício Jung, em entrevista à Geração, abordou os impactos das recentes geadas e os desafios enfrentados pelos produtores com as culturas de trigo, aveia e cevada. Segundo Jung, as geadas de domingo e segunda-feira foram intensas, mas necessárias para o controle de pragas e para o desenvolvimento das culturas de inverno.
“A geada foi benéfica porque ajuda no controle da soja guaxa e no perfilhamento de trigo, cevada e aveia, que estavam com população baixa devido às chuvas torrenciais”, explicou Maurício. Ele destacou que as condições meteorológicas adversas têm dificultado o plantio, especialmente do trigo. “A germinação fica comprometida em solo encharcado, é como plantar uma semente dentro de um copo d’água”, disse.
A janela de plantio de trigo, que vai até o final do mês, está ameaçada pela previsão de mais dias de chuva. “Temos lavouras horríveis de trigo e aveia, muitas necessitando de replantio, mas as condições não permitem”, lamentou o técnico.
Além dos problemas climáticos, Maurício mencionou a redução no plantio de trigo devido à falta de preços estáveis e políticas governamentais desfavoráveis. “O custo para preparar uma lavoura está cada vez mais alto, especialmente com o aumento dos fertilizantes”, afirmou.
Ele citou as novas regras do Proagro, que aumentaram a responsabilidade dos produtores, e expressou preocupação com as mudanças esperadas no plano Safra. “Sempre orientamos nossos associados a não plantar sem seguro, mas as exigências do governo tornaram o financiamento das lavouras de inverno mais difícil”, explicou Maurício.
Por fim, Jung destacou a necessidade de união entre os produtores para reivindicar seus direitos, comparando a situação dos agricultores com a dos caminhoneiros. “Está na hora de nos unirmos e fazermos força, reivindicando o que é nosso por direito. Nós carregamos este país nas costas por muito tempo e agora precisamos de apoio”, concluiu.
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