Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024
Telefone: (55) 3327 1071
Whatsapp: 55 3327 1071
Curta nossa página no Facebook:
Clique para Ouvir
Tempo nublado
16°
14°
20°C
Salto do Jacuí/RS
Tempo nublado
Tempo nublado
16°
14°
20°C
Arroio do Tigre
Tempo nublado
No ar: Blitz Sertanejo
Ao Vivo: Blitz Sertanejo
Promoções

Sim, o beijo gay é problema para ‘Babilônia’. Mas só um deles

17.04.2015 16h26  /  Postado por: upside

 
Às vésperas de fazer meio século, idade que será comemorada no próximo dia 26, a Globo vive um dos momentos mais dramáticos de seu horário nobre. Babilônia, a trama de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga que está completando um mês no ar, tem a pior audiência de uma novela das nove – e das oito, antiga faixa ocupada pelo principal produto de dramaturgia da emissora – da história. Vai pior até que a famigerada Em Família, que marcou de maneira melancólica a despedida de Manoel Carlos dos folhetins e era, até aqui, o recorde negativo de público do horário, por volta dos 30 pontos no Ibope da Grande São Paulo. Com uma audiência que oscila em torno dos 25 pontos, média de novela das sete, Babilônia chega a registrar 20 pontos em algumas noites. E as razões, como mostram especialistas ouvidas pela reportagem, vão além do afamado beijo gay entre as personagens de Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg.
 
Sim, um beijo gay incomoda muita gente – e não apenas os evangélicos que hoje representam 22,2% da população, ante 64,6% de católicos, e que já vinham fazendo campanha há tempos contra os folhetins da Globo. \”Estamos vivendo um momento de maior conservadorismo na sociedade e, nesses momentos, as pessoas tendem a recorrer para aquilo que acreditam ser seguro\”, diz Denise Tavares, professora do programa de pós-graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Também é verdade que houve um acirramento da concorrência, com a esperta reprise, no SBT, do sucesso Carrossel (no ar, com pequenas variações, das 21h15 às 22h15) e com o primeiro folhetim bíblico da Record, Os Dez Mandamentos (no ar, geralmente, das 20h40 às 21h25). Mas isso não é tudo. Afinal, novelas controversas já tiveram o seu espaço e a concorrência vem incomodando a Globo faz tempo. É preciso olhar, portanto, algumas questões que se somam a essas e que ajudam a explicar o começo periclitante da trama.
Babilônia tem problemas no próprio texto. O maior deles talvez sejam os personagens mal construídos. A protagonista e as antagonistas, personagens que aparecem em primeiro plano no folhetim, são chapadas, sem qualquer profundidade. A mocinha Regina (Camila Pitanga) é corretíssima, não erra uma, e ainda por cima é histérica, incapaz de cativar o espectador – uma barraqueira, como sugere o trabalho que tem na praia do Leme. E as vilãs Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves) são más, muito más: cheias de ambição e inveja, elas pisam nas pessoas, traem os outros e odeiam pobres. Esse maniqueísmo, representado em algumas cenas pela distribuição do figurino, claro para Regina e escuro para as duas malévolas, vai contra tudo o que se vê hoje na TV, tanto em novela como – especialmente – em séries.

Comente essa notícia
Receba nosso informativo
diretamente em seu e-mail.