O Rio Grande do Sul é o terceiro estado do país com mais roubos de carga, de acordo com dados do Sindicato das Empresas de Cargas e Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs). Perde somente para o Rio de Janeiro (10.599) e São Paulo (10.584).
No ano passado, 150 pessoas foram presas no estado por envolvimento nesse tipo de crime. E as empresas ficaram com um prejuízo de cerca de R$ 160 milhões.
O sindicato aponta o trecho da BR-386, entre Montenegro, na Região Metropolitana, e Lajeado, no Vale do Taquari, como a estrada mais perigosa. O chefe da 4ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal de Lajeado, Paulo Reni da Silva, explica que cargas de altos valores, como eletrodomésticos e medicamentos, circulam pela via. “Normalmente essas cargas são levadas para a Região Metropolitana”, afirma ele.
Fora do Rio Grande do Sul, as transportadoras passaram a evitar viagens para o Rio de Janeiro, em função dos frequentes casos de roubo de carga no estado. Quem trabalha no setor demonstra preocupação com a insegurança.
“Todas as semanas nós temos um assalto”, diz um motorista, que pede para não ser identificado. “Os motoristas acabam ficando afetados também. Alguns pedem demissão, outros evitam trabalhar com alguns tipos de produtos, isso causa uma insegurança muito grande”, relata.
O chefe da Delegacia de Roubo de Cargas, delegado Alexandre Fleck, alerta o consumidor para desconfiar de preços muito baixos, menores do que os encontrados no mercado. Isso é um sinal de repasse de mercadoria roubada.
“A grande vantagem deles [que roubam carga], até para desovar rapidamente, é vender abaixo do preço de mercado. Então, se ver um anúncio de aparelho celular pela metade do preço, sem nota fiscal, tem grande chance de ser produto roubado”, comenta o delegado.
Já o consultor de segurança da Setcergs João Carlos Trindade Lopes explica que as cargas têm sido escolhidas de forma cada vez mais específica, direcionada para os interesses do receptador. E os prejuízos normalmente são passados pelas transportadoras para o valor do frete, o que vai refletir no preço final do produto. “O consumidor, em última instância, acaba pagando a conta”, relata ele. As informações são do G1.
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