O cultivo de plantas medicinais, aromáticas e condimentares, também conhecidas como plantas bioativas, é uma tradição para muitas famílias gaúchas. Com o intuito de conhecer sobre a utilização dessas plantas na prevenção e tratamento de doenças, orientar sobre a identificação correta das mesmas e divulgar pesquisas sobre o tema, o Espaço Casa da Emater apresenta na 20ª Expoagro Afubra a parcela de Plantas Bioativas. A feira acontece até amanhã dia 26, no Rincão Del Rey, em Rio Pardo.
No local são apresentadas técnicas de cultivo, formas e uso (chás, pomadas, óleos essenciais) e orientações sobre a indicação na prevenção de doenças. Em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a parcela traz para o público pesquisas que comprovam os efeitos medicinais de algumas plantas que compõem a Política e o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. “A parceria com o curso de Farmácia da Unisc faz com que ocorra a difusão desse conhecimento à população, por intermédio da Expoagro Afubra. É importante que o público venha conhecer essas plantas, essas espécies que muitas pessoas utilizam sem saber para quê estão usando ou utilizam de forma errada. A gente sabe da gama de conhecimento tradicional das famílias, dos povos tradicionais e convidamos para que venham aqui trocar informações e conhecimentos conosco. Esse espaço é enriquecedor e é muito importante para compartilhar conhecimento, inclusive para o produtor rural, para que possa vislumbrar essa produção como uma fonte de renda”, observa o extensionista rural da Emater/RS-Ascar Assilo Martins Corrêa Júnior.
A agricultora Maria de Lurdes Jorge Maier, do município de Campos Borges, relata que o uso das plantas bioativas é um conhecimento passado há gerações na família. “Eu me criei usando plantas medicinais. Minha mãe criou os filhos usando sempre as plantas medicinais, pois naquele tempo a medicina era muito rara e nós morávamos no interior. Então, eu me criei nesse sistema e por isso tenho várias qualidades de chás e uso muito eles. Também criei meus filhos usando chás”, conta.
A Política e o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, criados em 2006, visam, entre outros aspectos, garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional, inserir as plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio das Práticas Integrativas e Complementares, com segurança, eficácia e qualidade, garantindo ainda a inclusão da agricultura familiar nas cadeias e nos arranjos produtivos das plantas medicinais, insumos e fitoterápicos. “Então, aqui temos esse espaço para divulgar esse trabalho, mostrar o potencial dessas plantas e fazer o reconhecimento da importância dessa atividade para a saúde. Queremos trazer para a feira esse espaço de discussão, de reconhecimento e que a população venha procurar mais essa forma alternativa e mais natural de tratamento. Utilizando essas plantas de forma correta, sabemos que os efeitos colaterais são mínimos”, avalia Corrêa.
Quanto ao aspecto econômico, Corrêa destaca as plantas bioativas como uma importante alternativa de diversificação das atividades produtivas nas propriedades rurais. “Há um projeto regional com a Valeef para a produção de óleos essenciais como uma fonte de renda para o produtor. A gente acredita que as plantas medicinais têm potencial tanto na prevenção de doenças quanto na geração de renda para as famílias. A gente acredita que esse ramo pode ser uma cadeia produtiva promissora e acreditamos no potencial das plantas medicinais para a diversificação na região”. O extensionista explica que o Arranjo Institucional de Suporte à Formação de Cadeias Produtivas de Plantas Bioativas na Região do Vale do Rio Pardo, conhecido como Projeto Valeef, “vem para organizar essa cadeia produtiva na região, junto com a Unisc, Emater e produtores rurais, que veem se engajando nesse trabalho e que os óleos essenciais, assim como outras formas de uso, possam ser explorados neste ramo”, conclui. O Valeef é resultado de um acordo de cooperação entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e Unisc.
Além das plantas bioativas, o público visitante que passar pela unidade temática poderá obter mais informações sobre a utilização de Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs), como parte de um complexo de plantas importantes na alimentação e prevenção de doenças.
Na parcela também haverá o espaço destinado à produção de hortaliças, no qual haverá demonstração de técnicas de produção em ambiente protegido (estufa). Serão plantadas culturas com potencial produtivo por período na região e analisadas técnicas de manejo e de produção das culturas Tomate Carolina, Tomate Stela, Tomate Flórida, Melão tutorado e Pepino. Além disso, será possível analisar a produção de repolho a campo.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar na Expoagro Afubra
Jornalista Carina Venzo Cavalheiro