Perícia confirma morte por asfixia e calor excessivo de gêmeos em Júlio de Castilhos
A Polícia Civil recebeu nesta segunda-feira (1) o laudo da necropsia que apontou a causa da morte dos irmãos gêmeos Wagner Wesley da Silva e Mary Diane da Silva de quatro anos. O fato ocorreu no último dia 24 de janeiro em Júlio de Castilhos, Região Central do Rio Grande do Sul.
De acordo com a perícia, as crianças morreram por asfixia em ambiente com baixa oxigenação e elevação de gás carbônico agravada pelo elevado calor. Elas foram encontradas dentro do carro da família, que estava estacionado em frente à casa onde moram.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Alessandra Cristina Padula, o documento do Instituto Geral de Perícias (IGP) comprova que os irmãos permaneceram pelo menos meia hora dentro do carro da família, onde foram encontrados desfalecidos. O laudo também contraria a versão dada pela mãe, de que estaria tomando banho.
“O laudo comprovou que ela não estava tomando banho. Ela disse que tinha ficado 20 minutos no banho. Mas da maneira que os gêmeos foram encontrados, eles já estavam há mais de meia hora no carro”, diz Alessandra.
O inquérito, que deve ser finalizado pela delegada no início da próxima semana, já conta com quase 20 depoimentos. Segundo Alessandra, as pessoas que já foram ouvidas até agora apontam para negligência reiterada dos pais, que deixavam o casal de filhos de quatro anos muitas vezes sozinhos.
“Vizinhos dão conta que era comum o pai e a mãe saírem à noite e deixar as crianças sozinhas ou sob os cuidados da outra filha deles, de 11 anos. Então este histórico de negligência está comprovado”, conta a delegada.
A policial, que já ouviu a mãe das crianças duas vezes, disse que pretendia ouvi-la novamente. No entanto, o marido dela afirma que eles só falarão em juízo. “Soa estranho, mas é um direito”, relata Alessandra. Ela ainda vai ouvir outras pessoas antes de concluir o inquérito, que deve indiciar os pais por negligência e homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.