Sábado, 02 de Novembro de 2024
Telefone: (55) 3327 1071
Whatsapp: 55 3327 1071
Curta nossa página no Facebook:
Clique para Ouvir
Tempo nublado
22°
19°
24°C
Salto do Jacuí/RS
Tempo nublado
Tempo nublado
22°
19°
24°C
Arroio do Tigre
Tempo nublado
No ar: Geração Esportes
Ao Vivo: Geração Esportes
Geral

Países onde mais mulheres estão no governo têm menos corrupção, diz estudo

Países onde mais mulheres estão no governo têm menos corrupção, diz estudo
Senadora australiana Larissa Waters amamenta seu bebê no Parlamento em Camberra: políticas escolhidas por mulheres contribuem para governos menos corruptos (Foto: AAP/Mick Tsikas/via REUTERS )
09.07.2018 10h42  /  Postado por: Redação

Em uma análise entre mais de 125 países, incluindo o Brasil, um estudo descobriu que a corrupção é menor onde mais mulheres participam do governo.

Publicado no “Journal of Economic Behavior & Organization” pelos pesquisadores Chandan Jha e Sudipta Sarangi, o estudo revela ainda que a representação das mulheres na política local também é importante. Na política local da Europa, por exemplo, a probabilidade de suborno é menor nas regiões com maior representação de mulheres.

“Esta pesquisa ressalta a importância do empoderamento das mulheres, sua presença em cargos de liderança e sua representação no governo”, disse Sarangi, professor de economia e chefe de departamento da Virginia Tech, nos EUA.

“Isso é especialmente importante porque as mulheres continuam sub-representadas na política. Na maioria dos países, incluindo os Estados Unidos “.

No Brasil, a lei em vigor atualmente prevê que pelo menos 30% dos candidatos devem ser do sexo feminino. Em 2016, contudo, as mulheres representaram 86% dos 18,5 mil candidatos que não receberam voto – segundo especialistas, a lei incentivaria “candidaturas laranjas”, de candidatas registradas apenas para cumprir a cota.

A pesquisa de Jha e Sarangi é o estudo mais abrangente sobre esse tópico e examina as implicações da presença de mulheres em outras ocupações, incluindo a participação de mulheres na força de trabalho, cargos administrativos e cargos de tomada de decisão, como os CEOs.

O estudo concluiu que é na formulação de novas políticas que as mulheres podem ter um impacto sobre a corrupção.

“Isso pode dever-se ao fato de que mulheres formuladoras de políticas tendem a favorecer políticas que melhoram coisas como a provisão de bens públicos, saúde, educação e bem-estar infantil”.

Ou seja, esses resultados não significam necessariamente que as mulheres sejam inerentemente menos corruptas que os homens.

“Nosso estudo sugere que a política é uma área onde a igualdade é importante na medida em que pode ajudar a reduzir a corrupção”, explica Sarangi.

O estudo usa uma técnica estatística, conhecida como análise de variáveis instrumentais, para estabelecer a causalidade na relação entre mulheres e corrupção, já que não se pode afirmar que geneticamente as mulheres são menos ou igualmente corruptas que os homens.

Pode-se acreditar que a relação entre gênero e corrupção tende a desaparecer à medida que as mulheres ganham igualdade no status social. Isto aconteceria porque, conforme o status das mulheres melhora, elas poderiam obter acesso às redes de corrupção e, ao mesmo tempo, aprenderiam a se engajar em atividades corruptas. Mas o estudo indica justamente o contrário.

Quanto maior a igualdade de status dos países em que há mais mulheres no governo, menor é o nível de corrupção.

O estudo sugere que são as políticas formuladas por mulheres que geram impacto na corrupção: “Descobrimos que os países onde as mulheres têm status social semelhante ao dos homens – por exemplo, em países mais desenvolvidos, eles ainda reduzem a corrupção e não a aumentam. Portanto, fazemos essa afirmação. É porque buscam políticas diferentes”, diz Sarandi.

“Isso porque, mesmo nesses países, mais mulheres na força de trabalho, ou em cargo administrativo ou gerencial, não reduzem a corrupção. Só tem impacto quando estão presentes no parlamento”.

As implicações políticas do estudo apontam para a necessidade de promover a igualdade de gênero em geral e, em especial, promover a presença de mulheres na política . Pesquisas anteriores estabeleceram que uma maior presença de mulheres no governo também está associada a melhores resultados de educação e saúde.

O estudo analisou dados de 150 países, dentre eles o Brasil, e escolheu os países que tinham os dados necessários para o estudo para que não houvesse parcialidade na escolha. as informações são do G1.

Comente essa notícia
Receba nosso informativo
diretamente em seu e-mail.