Pai do menor que matou avó em Soledade diz esperar que justiça seja feita
Vanderlei Camargo é o pai do menor de 17 anos que assassinou a própria avó na segunda-feira (14) no bairro Farroupilha em Soledade. Assim como os demais filhos, ele está no velório de Leonora Lemes, 75 anos, que ocorre em uma capela que fica a poucos metros da casa onde a idosa morava e foi morta. Embora o momento de comoção, o pai diz querer justiça. Emocionado ele relata não entender os fatores que motivaram seu filho a cometer crime de tal brutalidade.
Vanderlei, que mora em Canoas, diz que o filho sempre teve uma conduta difícil, e revela que o garoto já residiu com ele em Canoas, quando nesse período o menino se envolveu em furtos e ocorrências.
O pai do menor diz também que já sabia de outras agressões do menor à avó, que não teve contato com o filho após o crime, mas espera poder ter a oportunidade de fazer o questionamento do porquê tal crime com tamanha violência, pois a avó sempre tratou o neto com carinho e dentro de suas possibilidades ajudou o menino.
O CRIME
Conforme informações levantadas pela polícia, o jovem chegou até a residência onde solicitou dinheiro e diante da negativa da avó a agrediu e desferiu golpes de faca, o crime teria acontecido na varanda da casa, e após o ataque, o menor levou o corpo da avó até o banheiro da moradia, tentou limpar o sangue no local e em seguida fugiu. Após notar a movimentação uma vizinha foi até o local e encontrou a idosa já sem vida. Informações colhidas pela reportagem dão conta que Leonora foi ferida seis vezes com a faca. O menor infrator foi apreendido logo em seguida, em outro bairro da cidade. Com ele foi apreendida uma quantia em dinheiro e um celular, possivelmente subtraídos da avó. Ele foi encaminhado à delegacia onde em depoimento confessou o crime. O menino deverá ser conduzido ao CASE de Passo Fundo, pois embora o crime se configure como um latrocínio, o jovem não pode ser enquadrado na referida medida do código penal por ser menor, cabendo-lhe somente o cumprimento de medida sócio educativa. O delegado Marino Franceschi, que colheu o depoimento do autor, chegou a afirmar que percebeu certa frieza do menino ao contar detalhes do crime.
Leonora deixa uma irmã, seis filhos, sendo quatro mulheres e dois homens, além de genros, noras, netos e bisnetos. Ela foi sepultada na manhã de hoje no cemitério municipal de Soledade.