Oficial de Justiça encontra 24 cães mortos ao cumprir ordem de desocupação em Santa Maria
Uma cena chocou um oficial de Justiça e dois advogados de uma imobiliária durante o cumprimento do mandado de desocupação em uma casa localizada na Avenida Medianeira, no centro de Santa Maria.
O trio chegou ao local por volta das 12h30min e, após arrombar um cadeado que trancava a porta da casa, sentiu um cheiro muito forte. Logo na primeira peça da casa, havia um cão morto. Ao subir para o segundo andar da casa, o oficial e os advogados encontraram pelo menos outros 24 cadáveres de cachorros em avançado estado de decomposição. A reportagem do Diário, que esteve no local, conseguiu visualizar 22 animais mortos. De alguns, havia apenas o esqueleto.
Os cadáveres estavam em meio à imundice. Havia restos de pacotes de ração, pratos de comida, fezes, ratos mortos, cobertores, material de limpeza ainda fechados e alguns móveis.
Ao deparar com a situação, o oficial de Justiça e os advogados chamaram a Patrulha Ambiental da Brigada Militar, que foi ao local. Os policiais entraram na casa e vistoriaram o espaço. Depois disso, os policiais conversaram com vizinhos. Conforme os policiais, as informações recolhidas no local serão repassadas à Polícia Civil, onde será feito o registro da ocorrência.
A ordem de desocupação foi autorizada pela Justiça por causa de uma dívida de aluguel. Conforme os advogados da imobiliária, o local havia sido alugado há dois anos, mas houve uma divergência no pagamento do aluguel. Desde então, começou um embate judicial com a imobiliária e a locatária que culminou na ordem de desocupação do imóvel.
A locatária é Elis de Freitas Parode, integrante do Gaspa Amigos Fiéis, entidade atua em Santa Maria recolhendo animais em situação de abandono. A reportagem do Diário foi até o pet shop que ela mantêm e ouviu sua versão.
Em áudio gravado pelo jornal (Elis não permitiu que fossem feitas imagens dela), ela diz que deixou a casa há cerca de três meses, mas que havia retirado todos os cães do local. Elis alega não saber como esses cães foram parar na casa.
_ Animais não tinham lá há mais ou menos um mês. Inclusive eu estive lá há duas semanas ajeitando coisas, separando em sacolas. Animais não tinham mais. Pelo amor de Deus. Eu só tinha móveis lá, que era o combinado com o advogado que eu ia tirar. Fiquei doente neste tempo _ afirmou Elis.
Os animais mortos devem ser retirados do local, mas ainda não se sabe de que forma e quando. A Brigada Militar registrou o fato na Polícia Civil, que deve investigar o caso.