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O que muda na prática se covid virar endemia?

O que muda na prática se covid virar endemia?
09.02.2022 10h51  /  Postado por: Reportagem

Alguns países europeus anunciaram que mudarão a forma como eles lidam com a doença provocada pelo coronavírus, com praticamente nenhuma das restrições adotadas nos últimos dois anos. Entenda o que muda na prática e as medidas do tipo fazem sentido no contexto atual

Ao longo das últimas semanas, países como Reino Unido, França, Espanha e Dinamarca decidiram que a covid-19 não será mais encarada com uma pandemia e começará a ser tratada como uma endemia em seus territórios.

Com isso, a doença provocada pelo coronavírus deixará de ser vista como uma emergência de saúde e muitas das restrições — uso de máscaras, proibição de aglomerações e exigência do passaporte vacinal — cairão por terra.

Embora anúncios do tipo fossem esperados, eles causaram muita confusão: em alguns casos, a endemia foi interpretada como o fim da covid — quando, na verdade, estamos muito longe disso (e é bem possível que essa doença nunca desapareça).

Uma palavra, múltiplas interpretações

Para começo de conversa, vale esclarecer que uma endemia não é necessariamente uma boa notícia.

Ela apenas significa que há uma quantidade esperada de casos e mortes relacionadas a uma determinada doença, de acordo com um local e uma época do ano específicas. E esses números nem aumentam, nem diminuem.

A infecção pelo herpes simples, que provoca feridas na boca e na região genital, é uma endemia. Estima-se que pelo menos dois terços da população mundial com mais de 50 anos já tiveram contato com esse vírus. Apesar de incômodo, esse quadro não está relacionado a grandes complicações ou risco de óbito.

Por outro lado, outras doenças bem mais sérias e mortais, como tuberculose, aids e malária, também são endêmicas. Só na malária, estima-se que cerca de 240 milhões de casos e 640 mil mortes aconteçam todos os anos, segundo as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

*Revista Epoca

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