‘Nunca fiz isso’, diz prefeito de Planalto, suspeito de ter oferecido R$ 1 mil a adolescente em troca de sexo
O prefeito suspeito de ter oferecido R$ 1 mil para uma adolescente de 13 anos em troca de sexo na cidade de Planalto, no Norte do Rio Grande do Sul, negou as acusações que originaram a investigação conduzida pelo Ministério Público na terça-feira (15).
“Nunca fiz esse tipo de coisa”, afirmou Antônio Carlos Damin.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na prefeitura e em imóveis do prefeito, que ainda na terça se pronunciou sobre as denúncias de exploração sexual, estupro de vulnerável e armazenamento de material pronográfico envolvendo menores de idade.
“Eu nunca fiz proposta nenhuma, se ela entendeu alguma coisa, entendeu errado, nunca fiz isso”, afirmou o Damin, cujo gabinete foi alvo de mandados de busca e apreensão.
“O que eu fiz foi ajudá-la com conselhos. Inclusive, passei uma tarde explicando operações de matemática para ela (…), estava no final do ano, mas ela acabou rodando, mais uma decepção para a mãe e para o pai, para todos”, acrescentou.
De acordo com a denúncia feita pela adolescente, o prefeito ainda mostrou a ela fotos de outras jovens da cidade, o que motivou o mandado de busca e apreensão conduzido no gabinete e em imóveis de sua propriedade. Damin negou todas as acusações: “Não acredito nisso”.
Foram encontradas duas armas, uma delas sem registro, durante as buscas. Por isso, o prefeito foi conduzido até a delegacia de Planalto, onde pagou fiança de R$ 2 mil para responder em liberdade. Ele justificou que uma das armas era de seu irmão, a quem solicitou a documentação, e que a outra foi adquirida enquanto ele ainda desempenhava a função de oficial de Justiça.
“As armas estavam dentro da minha casa, eu tinha porte porque era oficial de Justiça, o que me garantia até a questão de andar com a arma. Depois eu me aposentei, e não fui mais atualizar registro, mais nada”, alegou.
A denúncia
O promotor de Justiça e assessor da Procuradoria Alexandre Salim diz que Damin teria proposto não apenas o pagamento de R$ 1 mil em troca de sexo, como também estaria molestando a menina. “Na tentativa reiterada de praticar sexo com ela, inclusive tocando na menina, o que, para nós, configura estupro de vulnerável”, afirmou.
O prefeito é suspeito ainda de ter marcado um encontro com os pais da adolescente após a denúncia ter sido feita com o objetivo de convencê-los a retirar a representação. Indagado sobre um possível pedido de prisão, o promotor afirma que a análise do material encontrado nas buscas poderá determinar se esse pedido será feito.
“Estamos apurando, vamos ver o que encontramos no material apreendido, e depois será feita uma deliberação em relação ao pedido, ou não, de prisão”, esclareceu Salim.
Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça proibiu contato do prefeito com a adolescente ou familiares. Ele também não pode se ausentar da comarca de Planalto sem autorização judicial.