Novo pedágio na RSC – 453 gera debate na região

A previsão da nova cobrança faz parte do projeto de concessão da RSC-453 para a iniciativa privada, que, além da cobrança, prevê a duplicação da rodovia e outras melhorias. Antes de transferir a responsabilidade pela gestão para a iniciativa privada, o governo do Estado diz estar ouvindo as comunidades, por meio de uma consulta pública, com o objetivo de entender as demandas locais.
De acordo com o plano atual, a estrutura do pedágio deve ser instalada no quilômetro 10 da RSC-453. Nesse ponto, os moradores de Vila Palanque, Linha Travessa e outras localidades vizinhas, assim como os de Mato Leitão, seriam diretamente impactados. Muitos desses residentes se deslocam diariamente para a região central de Venâncio Aires, onde atuam profissionalmente e, eventualmente, buscam atendimentos de saúde, como no Hospital São Sebastião Mártir, e outros serviços essenciais que só são encontrados no segundo município mais populoso do Vale do Rio Pardo.
A tarifa projetada é de R$ 3,77 e, considerando 20 dias úteis com ida e volta, em um mês, seriam necessários R$ 150,80 para o trabalhador.
A concessão e a criação de novos pontos de cobrança têm sido justificadas pelos custos da duplicação e de outras obras na RSC-453. A importância das melhorias na rodovia é inegável, já que ela conecta Santa Cruz, Vera Cruz, Rio Pardo e outros municípios da região com o Vale do Taquari e também serve como caminho para a Serra Gaúcha.
Caso a cobrança seja efetivada em um futuro próximo, é preciso que sejam tomadas medidas para minimizar o impacto sobre os moradores da região. Uma das propostas que surgiu, apresentada pelo vereador Jeferson Schwingel, de Venâncio Aires, filiado ao Progressistas, é a isenção para os veículos emplacados em Venâncio Aires e Mato Leitão. Ele esteve presente no protesto realizado no final de semana, às margens da rodovia, e defende que essa e outras alternativas sejam levadas para as lideranças estaduais nas próximas semanas, com o apoio de um movimento que vem ganhando força na região.
Outra preocupação é com o sistema de cobrança previsto. O free flow funciona por meio de um pórtico instalado na pista, no qual câmeras captam a placa e identificam o tipo de veículo ao passar pelo ponto de cobrança. Os motoristas que possuem um tag de pedágio no para-brisa pagam imediatamente o valor. Já os motoristas sem o dispositivo podem efetuar o pagamento da tarifa em até 30 dias. Caso não realizem dentro do prazo, a infração de trânsito aplicada será de R$ 195,23, além da adição de cinco pontos na carteira de motorista. E esse tipo de infração tem ocorrido com frequência.
No Rio Grande do Sul, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informa que, entre janeiro e setembro de 2024, foram aplicadas 254 mil multas devido à inadimplência no pagamento das tarifas nos pórticos de free flow.
*ARAUTO