Nova alta da Selic preocupa setor produtivo
A nova elevação na taxa Selic preocupa o setor produtivo. A continuidade no ciclo de altas do juro básico acende alerta para crédito ainda mais caro e pisada de freio mais intensa nos investimentos das empresas. Algumas entidades setoriais destacam que a nova alta é um remédio amargo contra desequilíbrio fiscal do governo federal.
O presidente da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Rodrigo Sousa Costa, afirma que o Banco Central traz um remédio amargo, mas necessário diante do “descontrole nas contas públicas por parte do governo federal”.
— Os juros altos prejudicam trabalhadores e empreendedores da classe produtiva, mas precisamos reconhecer que a doença surge na gestão do governo federal — avalia Costa.
O presidente da Federasul comenta que, de um lado, o BC tenta controlar a inflação com o aperto monetário. De outro, o governo amplia os gastos públicos e benefícios assistenciais, que somados a outros fatores geram um “aquecimento artificial da economia”. Com as políticas monetárias e fiscais andando separadas, o juro fica em patamar elevado por mais tempo, segundo Costa.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) divulgou nota com posicionamento na mesma linha. No texto, o presidente da entidade, Claudio Bier, cita que aumento na Selic “preocupa a indústria gaúcha”, que já enfrenta altos custos, margens achatadas e dificuldades de acesso ao crédito. Bier afirma que a “verdadeira causa estrutural dos juros elevados é a falta de compromisso do governo com a redução efetiva das despesas públicas”:
“O governo federal precisa assumir imediatamente suas responsabilidades, deixando de transferir os custos de sua má gestão fiscal”, diz o comunicado da Fiergs.
