Maia nega retaliação à Lava Jato nas mudanças no pacote anticorrupção

     O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comentou nesta quarta-feira (30) as mudanças feitas durante a madrugada no pacote de medidas anticorrupção. O parlamentar nega que tenha havido um acordo em retaliação à Lava Jato na aprovação de uma emenda que prevê a punição de juízes, procuradores e promotores em casos de abuso de autoridade.
“Não tem retaliação nenhuma, é um texto como qualquer outro. O Legislativo tem a liberdade de cada um, avaliando no seu ponto de vista, naquilo que acredita, de como representa os seus eleitores”, sustentou.
Como votaram os gaúchos sobre a punição a magistrados e integrantes do MP
Em nota, a força-tarefa da Operação Lava Jato chamou de “Lei do Terror” a emenda. “A pretensão de sujeitar membros do Ministério Público e do Poder Judiciário a crimes de responsabilidade é totalmente descabida. Nem mesmo os próprios deputados e senadores estão sujeitos a esses crimes. Além disso, a proposta tornada pública atenta contra a independência do exercício da atividade ministerial e judicial”, diz o texto.
Maia também rebateu a acusação de que a Câmara avaliou o projeto às escondidas. Para ele, o processo foi transparente, já que as votações ocorreram de forma nominal.
Durante a sessão, o relatório do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) chegou a ser aprovado, mas 14 emendas modificaram grande parte do texto. O parlamentar disse que a proposta ficou “desfigurada”.
“Tinha medidas em que o Brasil avançaria nos mesmos patamares de países europeus que são exemplo no combate à corrupção. Tudo que a gente trabalhou nesta direção foi destruído”, afirmou Onyx na manhã desta quarta.
O projeto de lei ainda precisa ser apreciado pelo Senado.
 
GAÚCHA