— Quero ser cauteloso. Vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro — disse Lula durante visita ao Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro.
A Polícia Federal (PF) abriu, na manhã de quarta-feira (22), operação chamada de Sequaz contra uma quadrilha ligada ao PCC que pretendia atacar servidores públicos e autoridades, planejando assassinatos e extorsão mediante sequestro em quatro Estados e no Distrito Federal. Até o momento, nove investigados foram presos. Moro era um dos alvos da facção, segundo investigadores. Os criminosos se referiam ao ex-juiz com o codinome Tóquio.
A ordem para deflagrar a operação partiu da juíza Gabriela Hardt, que foi substituta de Moro na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba na Operação Lava-Jato.
Lula questionou a decisão da juíza e disse querer saber os motivos que levaram à operação. Nas redes sociais, na manhã de quarta, Moro comentou a atuação das forças de segurança. O senador afirmou que ele e sua família estariam entre os alvos de “planos de retaliação do PCC”.
À época em que Moro era ministro da Justiça, ele coordenou a transferência e isolamento de lideranças da facção para presídios federais.
Ministro da Justiça repudia “narrativas falsas”
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, repudiou o que chamou de “narrativas falsas nas redes sociais que tentam vincular” declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o ex-juiz Sergio Moro à Operação Sequaz, que investiga planos de ataque ao senador.
— É vil, leviano e descabido fazer qualquer vinculação desses eventos com a declaração. É mau-caratismo tentar politizar uma investigação séria — afirmou Dino.
Dino afirma que soube há 45 dias, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), do planejamento para a execução de ações violentas. Logo em seguida, acionou a diretoria-geral da PF, relatou. Nessa linha, o ministro argumentou que “não há como” vincular declaração dada por Lula nesta terça (21) a uma investigação que “tem meses”.