Juiz Sérgio Moro condena pecuarista amigo de Lula a mais de nove anos de prisão
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava-Jato na primeira instância, condenou o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai a nove anos e dez meses de prisão por crimes como gestão fraudulenta e corrupção passiva. O despacho com a sentença foi publicado na manhã desta quinta-feira (15).
No dia 6 de setembro, o pecuarista voltou para a prisão no Paraná. Ele está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e foi alvo da 21ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada em novembro de 2015. O pecuarista é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e passa por um tratamento contra um câncer na bexiga.
Moro afirma na sentença que “os fatos admitidos por José Carlos Costa Marques Bumlai já haviam sido revelados pelos colaboradores Salim Taufic Schahin e Fernando Antônio Falcão Soares. A colaboração exige informações e prova adicionais. Não houve acordo de colaboração com o MPF [Ministério Público Federal] e a celebração deste envolve um aspecto discricionário que compete ao MPF, pois não serve à persecução realizar acordo com todos os envolvidos no crime, o que seria sinônimo de impunidade. Salvo casos extremos, não cabe ao Judiciário reconhecer benefício decorrente de colaboração se não for ela precedida de acordo com o MPF”.
Também foram condenados o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto (seis anos e oito meses em regime semiaberto), o operador de propinas Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano (seis anos em regime semiaberto), os executivos Milton Schahin e Salim Schahin (nove anos e dez meses de prisão por corrupção e gestão fraudulenta), o executivo Fernando Schahin (cinco anos e quatro meses em regime semiaberto) e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró (seis anos e oito meses em regime semiaberto). Os delatores Fernando Baiano, Salim Schahin e Nestor Cerveró cumprirão as penas acertadas no acordo de delação premiada.