Gaúcho de Cruz Alta ganha R$ 180 mil em competição de tiro de laço
Aos 14 anos, Kauã Boeno tem, espalhados pela residência de sua família, no interior de Cruz Alta, mais de mil troféus adquiridos em competições de tiro de laço — modalidade na qual o competidor cavalga com velocidade e tenta laçar um boi em disparada. Quando chegar de viagem, ele enfeitará a coleção com a lembrança de seu principal prêmio, o de campeão do Desafio No Limite do Laço, um dos principais do país na modalidade, conquistado neste domingo (27). As informações são de GaúchaZH.
Com a competição, realizada na cidade mato-grossense de Campo Novo do Parecis, Kauã ganhou R$ 180 mil — o valor é uma parte dos R$ 928 mil distribuídos entre os finalistas. O evento reuniu os melhores laçadores brasileiros em mais de uma semana de programação.
Kauã se destaca no tiro de laço desde os seis anos. A habilidade do jovem de família humilde vem chamando a atenção de empresários e entusiastas da modalidade que o ajudam a competir.
Foi o caso do criador de cavalos Valtoir Ferreira da Silva, que, no início do ano, presenteou o menino com um cavalo da raça quarto de milha, cujo valor pode ultrapassar os R$ 50 mil. Chamado de Nuk, o animal viajou com Kauã ao Mato Grosso e foi usado por ele em todas as etapas da competição – apenas a prova final ele preferiu fazer com a Pitiça, égua crioula que conseguiu comprar há cerca de um ano.
Madrasta de Kauã, Etiane da Silva Rosa conta que a participação dele no Desafio No Limite do Laço se deu graças ao interesse do Haras Martins, do Mato Grosso, em patrocinar o jovem. Além da inscrição de R$ 10 mil, ele ganhou a viagem e o apoio para transportar os dois cavalos.
Da família, apenas o pai, Adroaldo Boeno, foi acompanhar o concurso, depois de muito esforço para conseguir pagar a viagem.
— Somos uma família muito humilde. Não temos ideia do que vamos fazer com o dinheiro, mas, de imediato, o Kauã pediu uma televisão no quarto e um guarda-roupa novo. Também vamos guardar o dinheiro para usar nas competições. Temos gastos com o tráfego de cavalos e com as viagens. Vamos investir no futuro dele — comenta Etiane.