Frederico Westphalen fazia medição de terras em Jacuizinho, Espinilho e Lagoão
Formado em Engenharia, Frederico Westphalen, realizou trabalhos de agrimensura, que é medição de terras, por volta de 1905, nas localidades de Jacuizinho, Lagoão e Espinilho. Os detalhes da vida do homem que deu nome à cidade do noroeste gaúcho, está na matéria de Márcia Sarmento da Folha do Noroeste.
Nascido em outubro de 1876, em localidade que pertencia a Palmeira das Missões, hoje, Santo Augusto, Frederico Westphalen, filho do casal Fernando e Tecla, completaria em 2020, 120 anos de sua formatura em Engenharia, cursada na Escola de Engenharia de Porto Alegre. Integrou a primeira turma, formada em 1900.
De volta ao interior –, os pais estavam morando em Cruz Alta, já que a casa em Santo Augusto foi alvo da Revolução Federalista –, foi nomeado para um cargo de auxiliar na Comissão de Colonização das Terras do Estado, em Ijuí. O registro integra o livro Rostos e Rastros do Barril, de autoria do pesquisador Wilson Ferigollo, mostrando a ligação do engenheiro com o município e os motivos que levaram os pioneiros a adotarem o seu nome para nomear a cidade.
Após resolver pendências da família em relação às dívidas da Fazenda São Jacob, Frederico monta um escritório de agrimensura em Cruz Alta. Em 1905, conhece Águeda Pires da Silva, com quem se casou no dia 2 de setembro do mesmo ano. Realiza atividades de agrimensura em Palmeira das Missões, Erval Seco, Campo Novo, São João da Guarita, Potreiro Bonito, Ramada, Boi Preto, Turvo e Faxinal. Também nas localidades de Espinilho, Santa Ana do Palma, Três Capões, Jacuizinho, Santa Bárbara, Umbú, Cadeado, Lagoão e Júlio de Castilhos, na abrangência de Cruz Alta.
Presença na região
Após ser nomeado intendente provisório de Palmeira pelo governador do Estado, foi convidado por Borges de Medeiros para abrir acesso às águas minerais de Iraí e Prado, para colonizar o vale do rio Uruguai. O trabalho é feito por tração animal, e acabou chegando à Vila Barril. Segundo Ferigollo, a mataria foi vencida a machado e a fogo, serras foram rasgadas à dinamite, coxilhas trabalhadas à picareta, aterros levantados à pá e transportados em carroça e carrinhos de mão.
Foi assim que foi traçada a estrada que partiu de Santa Bárbara do Sul até Cruzeiro do Sul (Iraí), a partir de 1918, com 64 quilômetros de extensão pelo campo. A construção levou mais de 10 anos. No mesmo ano, iniciou a pandemia da gripe espanhola, que afetou às atividades de abertura da estrada, já que Frederico se envolveu com a distribuição de medicamentos para socorrer os doentes da região.
Em 1920 foi eleito vice-intendente de Palmeira das Missões, mas continua com as atividades de chefe da Comissão de Terras. Passou a residir na Boca da Picada (Seberi), para ficar mais próximo ao trabalho, já que o escritório da campanha estava na Vila Barril. Foi delegado de polícia e continuou envolvido com a política. Foi entre 1927 e 1928 que as lideranças passaram a discutir o nome da vila que nascia em meio à mata do Alto Uruguai. De acordo com Ferigollo, o nome Barril nunca foi oficializado, “mas tornou-se conhecido pela originalidade de instalar um barril na fonte de água, tornando-se uma parada obrigatória”.