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Fetag-RS sobe o tom: “Perdemos a paciência. O governo está nos enrolando há muito tempo”

Fetag-RS sobe o tom: “Perdemos a paciência. O governo está nos enrolando há muito tempo”
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10.09.2024 08h34  /  Postado por: Reportagem

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) cansou de esperar pela concretização de promessas do governo federal de novas medidas para resolver o endividamento que aflige os produtores rurais gaúchos. A entidade reuniu sua diretoria e outros 23 coordenadores regionais e decidiu organizar uma mobilização a partir das 7h desta terça-feira em frente ao prédio em que estão sediados os escritórios regionais dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Desenvolvimento Agrário (MDA).

“Perdemos a paciência com o governo. O governo está nos enrolando há muito tempo. Faz por conta gotas as medidas e, quando vêm, as medidas são cheias de artimanhas”, criticou o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva.

A Fetag-RS pretende reunir cerca de mil pessoas na manifestação e montar acampamento no edifício da Avenida Loureiro da Silva onde funcionam o Mapa e o MDA. O protesto pode se estender até quinta-feira. “Queremos os anúncios que foram dados para nós pelos três ministros na Expointer e até agora não vieram. Isso era para a semana passada”, afirmou Joel. Durante a Expointer, entidades do setor agropecuário manrtiveram discussões e ajustaram medidas com os ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Pimenta (Reconstrução do RS) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).

SOS Agro RS

A mensagem do presidente da Fetag foi distribuída na tarde desta segunda-feira aos grupos de WhatsApp do movimento SOS Agro RS, que reúnem quase 10 mil produtores. O SOS Agro RS já realizou três atos no Estado e esteve presente na Expointer, expondo suas preocupação com o endividamento gerados pelas estiagens dos últimos anos e com as perdas na enchente de maio. A coordenação foi convidada pela Fetag-RS a participar da mobilização.

O vice-presidente da Fetag-RS, Eugênio Zanetti, lembrou que, na Expointer, os ministros informaram que a primeira medida seria anunciada ainda na segunda-feira passada (2). Depois, a informação era de que havia ficado para terça-feira, sendo novamente adiada para a quinta-feira, porque dependia de reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). A semana passou sem nada fosse efetivado. A Fetag-RS procurou o governo federal, mas não obteve respostas.

“Ninguém do governo nos respondeu, nem ministros nem pessoal do segundo escalão. Este silêncio está nos preocupando e por isso vamos esticar a corda”, afirmou Zanetti, referindo-se aos protestos marcados para esta terça-feira.

Durante a Expointer, depois de meses de cobranças e negociações, os representantes do governo federal sinalizaram que novas medidas seriam anunciadas para complementar a Medida Provisória 1.247, publicada no dia 31 de julho. O ministro Fávaro acenou que o governo trabalharia para criar linha de crédito específica, com aval do Fundo Social do BNDES, com prazo de pagamento de oito anos, com um ano de carência e juro máximo de 10%. “Fica aprovada terça-feira ou quarta-feira. Daqui até segunda-feira, pode haver algum ajuste fino”, garantiu Fávaro, no dia 30 de agosto. A falta de anúncios pode gerar redução de área plantada da próxima safra, confoeme já alertou a Federação da Agricultura do RS (Farsul).

A Fetag-RS publicou nota em seu site convocando para a mobiização.

“Quatro meses já se passaram desde as enchentes, diversas reuniões foram realizadas, no Estado e em Brasília, culminado com a vinda dos ministros na Expointer, oportunidade em que fizeram promessas que até o momento não foram cumpridas. A agricultura familiar não pode mais esperar. As dívidas vão vencer e muitos não têm condições de pagar, pois perderam tudo. A mobilização começará amanhã e não tem data para terminar.

Confome a Fetag-RS, há pautas pautas do governo estadual que ainda estão sem publicação de resoluções. O Correio do Povo enviou mensagens nesta segunda-feira ao ministro Paulo Pimenta e à assessoria de Fávaro, mas ainda não obteve retorno. O espaço está aberto às manifestações.

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