Feira da Mulher Rural destaca protagonismo das agricultoras de Arroio do Tigre
Com a presença da comunidade de Arroio do Tigre e lideranças locais e regionais foi aberta oficialmente na tarde da sexta-feira (05/11), na Praça Ivo Mainardi, a Feira da Mulher Rural. Com a participação de 15 agricultoras expositoras, representando os 10 Grupos de Agricultoras do município, o público pôde adquirir mais de 40 tipos alimentos e flores cultivados pelas agricultoras em suas propriedades rurais e peças de artesanato produzidas por elas. Em cinco horas de exposição foram comercializados mais de R$ 6mil em produtos, além da encomenda de peças de artesanato para entrega posterior.
A gerente regional da Emater/RS-Ascar, Lúcia Souza, participou da atividade e frisa a importância do protagonismo das mulheres. “Agricultoras trabalham nas lavouras, no cultivo dos alimentos, de flores, na produção de artesanatos e também nas tarefas da casa e no zelo pela família. É um trabalho contínuo. Possibilitar que o seu trabalho seja mostrado para a sociedade e principalmente valorizado é dar autonomia e visibilidade a essas mulheres”, frisou Lúcia.
Rosimeri Tuchtenhagen participa do Grupo de Agricultoras de Linha Paleta e é uma das expositoras da Feira da Mulher Rural, comercializando bolachas caseiras e feijão preto. Rosimeri avalia que a feira é uma oportunidade para as mulheres rurais de obter renda extra, especialmente neste momento de pandemia. “A feira foi muito bem aceita pela comunidade. Acredito que veio para ficar, pois nos dá a chance de vender os nossos produtos e de sentirmos muito orgulho do que fizemos aqui na lavoura, na agricultura, nas nossas casas, com as mulheres amigas, nos grupos, com as mulheres que participam da feira, cada uma fazendo os produtos do seu jeito, com amor e carinho. Estou muito orgulhosa por fazer parte deste projeto e muito feliz de ser convidada a participar. Orgulhosa de mim e das mulheres que integram este lindo projeto que é a Feira da Mulher Rural”.
A secretária da Administração de Arroio do Tigre, Viviane Redin Mergen, frisa a importância deste espaço de comercialização. “A parceria entre a Associação das Agricultoras, Emater e Administração Municipal é fundamental para que projetos em prol do desenvolvimento econômico e rural de Arroio do Tigre sejam ampliados. Poder adquirir produtos direto das mulheres, que na grande maioria são as responsáveis por produzirem alimentos nas propriedades, é de grande alegria. Estamos fomentando o empoderamento feminino e oportunizando às mulheres a comercialização do que é feito por elas. O empoderamento das mulheres rurais significa a promoção do crescimento e a produtividade da agricultura, que é o grande motor econômico de Arroio do Tigre”. Ainda segundo a secretária, o intuito da atual gestão do município é a consolidação da Feira da Mulher Rural com periodicidade semanal.
A atividade integrou a programação alusiva aos 58 anos de Arroio do Tigre. Participaram da abertura da feira o prefeito Marciano Ravanello, o vice-prefeito Vanderlei Hermes, secretários municipais e vereadores. A Feira da Mulher Rural de Arroio do Tigre é promovida pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Associação das Agricultoras e Prefeitura de Arroio do Tigre.
Nesta semana, será realizada uma reunião entre as instituições parceiras e as agricultoras feirantes para avaliar e organizar o cronograma de realização da feira para o restante do mês de novembro e dezembro de 2021 e janeiro e fevereiro de 2022. “A intenção é de que a feira seja regular, com edições semanais e/ou quinzenais, ampliando ainda mais a oferta de produtos e fidelizando o público visitante”, explica a extensionista rural social da Emater/RS-Ascar Daniele Centa.
Um projeto para Mulheres
A Feira da Mulher Rural tem como objetivos oportunizar às mulheres sócias dos grupos vinculados à Associação das Agricultoras de Arroio do Tigre um espaço regular de comercialização dos alimentos e artesanatos produzidos por elas em suas propriedades, com possibilidade de gerar renda, tendo as mulheres como protagonistas na utilização dos recursos gerados por meio da feira. Além disso, incentivar que as mulheres busquem a autonomia e o empoderamento em diversos âmbitos, com maior participação nas decisões familiares ou em comunidade. “Também ampliar a atuação direta da Associação das Agricultoras na promoção da geração de renda às mulheres e ainda efetivar a Feira da Mulher Rural como uma importante ferramenta de incentivo à ampliação da produção e da comercialização diversificada de alimentos, com vistas à segurança e a soberania alimentar, com ênfase nas boas práticas de fabricação e no consumo sustentável”, frisa Daniele.
A primeira reunião do projeto ocorreu ainda no mês de junho de 2021, quando a Emater/RS-Ascar apresentou a proposta à diretoria da Associação das Agricultoras e, logo em seguida, à Administração Municipal. Com a parceria firmada com ambas, foram realizadas reuniões com as líderes de cada grupo de agricultoras, a fim de que estas pudessem disseminar a ideia entre as suas associadas. Com o interesse das agricultoras, a equipe da Emater/RS-Ascar realizou visitas às propriedades para assessorar e orientá-las sobre a produção e o processamento dos alimentos, bem como do artesanato para a sua apresentação na feira.
Em setembro, em nova reunião, o prefeito Marciano Ravanello anunciou que a administração municipal custearia o selo de identificação da feira, com informações básicas em relação aos alimentos processados ofertados e as agricultoras produtoras, visando à segurança em relação à produção processada e como forma de incentivo às mulheres feirantes.
No dia 08 de outubro, foi realizada a primeira edição da Feira da Mulher Rural, como uma “feira piloto”. Participaram 12 agricultoras, de oito grupos de mulheres, que comercializaram mais de 30 tipos de alimentos, desde hortaliças e frutas à panificados, geleias e schmiers, embutidos e queijo colonial, além de artesanato em crochê, vidros e panos de copa, suculentas e cactos, ultrapassando R$ 4mil em vendas.
A extensionista explica que a Instituição presta assessoramento às agricultoras participantes e trabalha para viabilizar espaços de comercialização dos produtos dos agricultores do município. “Estas duas edições foram muito positivas, pois oportunizaram ao público visitante a aquisição de produtos diversificados e com qualidade, reafirmando o potencial produtivo do município, ao mesmo tempo que proporcionou às mulheres a experiência em relação à comercialização dos produtos produzidos por elas em suas propriedades, a valorização desta produção, a geração de renda e, por conseguinte, de autonomia às mulheres, sendo estes incentivos para a continuidade de participação na feira, caracterizando-a como uma oportunidade de cadeia curta de produção e comercialização para Arroio do Tigre.