Expointer chega à 41ª edição e terá de enfrentar cenário desafiador
A recente disparada na taxa do câmbio, os entraves na questão da logística e a indefinição no cenário eleitoral compõem um cenário desafiador para a safra 2018/2019, que deve ser observado também durante a 41ª Expointer. A feira tem início neste sábado, 25, e segue até o dia 2 de setembro, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O horário de visitação é da 8h às 20h30.
Entre dirigentes de entidades e representantes do setor, é comum ouvir que a expectativa para a feira é positiva, “apesar da crise”. Isso faz com que ninguém se arrisque a fazer uma projeção de faturamento. Na edição passada, foram 411,9 mil visitantes e um volume de R$ 2,035 bilhões em negócios e propostas encaminhadas. “Se vamos para a feira com incerteza nos negócios, é possível que não tenhamos os níveis de comercialização dos anos anteriores, mas de qualquer maneira será uma bela Expointer”, afirma o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, referindo-se à especulação política e à disparada do dólar.
Entre as novidades está a aguardada ampliação do Pavilhão da Agricultura Familiar, espaço mais visitado da feira, que passa a receber 285 expositores. Na pecuária, o número de animais inscritos registrou crescimento, passando de 3.207 em 2017 para 4.247 nos exemplares de argola, desfazendo o receio de queda que havia anteriormente em razão de uma tendência registrada em outras feiras agropecuárias. O número foi reforçado pelo retorno das aves e pássaros, que ficaram de fora da edição passada devido a alerta sanitário provocado pelo risco de influenza aviária.
Como a feira ocorre a pouco mais de um mês das eleições gerais – o primeiro turno está marcado para 7 de outubro –, é esperado um verdadeiro “desfile de candidatos” pelas ruas do Parque Assis Brasil. Isso apesar das restrições à campanha dentro do parque, espaço pertencente ao Estado. Atentos a esse movimento, representantes do setor agropecuário entendem a visita de presidenciáveis como um sinal de prestígio, mas também como uma oportunidade de apresentar reivindicações. “Muito mais do que ouvi-los, queremos fazer com que eles nos ouçam”, afirma o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia, citando entre as principais preocupações as questões “da porteira para fora”, como a carga tributária e o custo do transporte.
A Expointer deste ano ocorre em um momento de discussão sobre o futuro do Parque Estadual de Exposições Assis Brasil. Após os planos de remodelação por meio de parceria público-privada terem ficado pelo caminho, o governo do Estado pretende coletar sugestões de modelo de gestão. A ideia é que a propriedade do espaço de 141 hectares permaneça com o Poder Público, mas que a administração seja privada. A discussão, porém, só deverá ser aprofundada após a Expointer. “A visão é de uma remodelagem completa da administração do parque”, explica o secretário estadual da Agricultura, Odacir Klein.
Fonte: Correio do Povo