Excesso de chuvas provoca atraso na implantação da cultura da soja

Se em anos anteriores o produtor rural pedia chuva, na safra de verão do ciclo 2023/2024 o panorama mudou. Duas semanas após a abertura do calendário de semeadura da soja, os agricultores gaúchos estão à espera de sol para que o solo tenha condições de receber o plantio da principal lavoura extensiva do Estado. “A intensidade e a frequência das chuvas têm interferido no andamento da estratégia de plantio dos produtores, e o problema disso são as dificuldades inerentes da perda do planejamento, que interferem na realização das atividades”, afirma o assistente de culturas da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri.
O cenário é decorrente dos efeitos do El Niño, cujos prognósticos indicam chuvas mais frequentes, volumosas e persistentes no último trimestre do ano, além de tempestades, fortes rajadas e granizo, impactando culturas agrícolas.
As operações serão desafiadoras e exigirão eficiência e agilidade no campo. Os prognósticos climáticos indicam chuva intensa em algumas áreas do Estado esta semana. As chuvas também prejudicam a implantação da cultura de arroz. No trigo, os agricultores têm tentado aproveitar os períodos de tempo mais seco para prosseguir com a colheita, que atingia 11% da área de cultivo na semana passada.
Conforme a Emater/RS-Ascar, a safra de soja 2023/2024 terá lavouras em 441 municípios, com estimativa de 6,74 milhões de hectares cultivados, aumento de 1,3% em comparação à safra anterior, e produtividade estimada em 3.327 kg/ha. A empresa avalia que a soja deve gerar R$ 50 bilhões na comercialização da produção a aponta uma tendência ascendente nos últimos 10 anos. Em 2014, foram cultivados 4,99 milhões de hectares, chegando à safra atual com crescimento de 35% na área e 72% na produção, saltando de 13,04 milhões de toneladas em 2014 para expectativa de 22,44 milhões de toneladas neste ciclo.