Médicos infectologistas da rede pública e privada de Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, tiveram acesso aos resultados dos exames realizados em pacientes que apresentavam sintomas ainda sem diagnóstico confirmado. De 17 amostras coletadas, 12 apontaram para toxoplasmose. Os casos passaram a ser investigados depois de cerca de 100 pessoas procurarem atendimento no período de um mês.
Os médicos participaram de reuniões e fizeram um levantamento na rede de saúde do município. De 8 mil pessoas atendidas desde o início do ano, 900 apresentaram os sintomas da doença. Para os especialistas, a situação configura um surto de toxoplasmose.
Pela forma como as pessoas apresentaram os sintomas, tudo indica, segundo os médicos, que a contaminação tenha sido pela rede de abastecimento de água. A reportagem procurou as secretarias municipal e estadual de Saúde, que ainda não se manifestaram. Uma coletiva de imprensa será realizada à tarde.
Na ocasião, a rede de saúde de Santa Maria ainda investigava os casos sem diagnóstico. As pessoas que procuraram atendimento apresentavam sinais de uma gripe, como febre alta, dor de cabeça forte, dor no corpo e, em alguns casos, manchas na pele, e que poderiam durar até 21 dias.
A doença
A toxoplasmose, cujo nome popular é doença de gato, é uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a doença pode ocorrer pela ingestão de oocistos [onde o parasita se desenvolve] provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminadas com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro; ou por intermédio de infecção transplancentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriam a infecção durante a gravidez.
Prevenção
A Sociedade Brasileira de Infectologia lista algumas medidas de prevenção:
Não ingerir carnes cruas ou malcozidas;
Comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente;
Evitar contato com fezes de gato. As gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intrauterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes;
Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso. As informações são do G1.