Efeito do ajuste fiscal dependerá da retomada da economia, avalia Sartori
Cauteloso, o governador José Ivo Sartori (PMDB) projeta algum crescimento da economia para 2017, mas ainda vê dificuldades para o Estado e para o País. Defensor de medidas de austeridade em nível nacional e estadual, o peemedebista avalia que o efeito do ajuste fiscal dependerá também do crescimento da economia, o que é fundamental para aumentar as receitas e equilibrar as contas.”Temos que encontrar formas para ativar a economia. Essas medidas estruturantes do poder público, seja nacional, seja nos estados, não têm efeito direto se não tiver um lado na economia que comece a andar, gerar empregos, ativismo econômico, para propiciar que as famílias tenham acesso ao trabalho e à renda”, resume.Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Sartori também fala das dificuldades para tirar do papel as parcerias público-privadas (PPPs). Ele espera dar início à concessão de rodovias gaúchas para a iniciativa privada ainda nessa gestão – a Assembleia Legislativa já aprovou o modelo que permite ao Estado repassar as estradas por 30 anos, para receber melhorias em troca de pedágio.O governador ainda diz que está trabalhando pela mudança no parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que restringe a aquisição de terras por estrangeiros – a alteração permitiria a instalação de uma nova fábrica da Celulose Riograndense, do grupo chileno CMPC, na Metade Sul do Estado.Sobre o seu futuro político, Sartori observa que, se tivesse pretensões, não teria enviado um pacote de medidas impopulares para a Assembleia Legislativa. Enigmático, não descarta concorrer à reeleição em 2018. “Se a gente não pode dizer que sim, não precisa dizer que não.”
JORNAL DO COMÉRCIO