Todos os anos, comitivas de chineses costumam visitar as indústrias de fumo de Santa Cruz do Sul. Às vezes, esticam a viagem para outras regiões do Estado, como Soledade, em busca de pedras preciosas. Com o temor da disseminação do coronavírus, a Secretaria Municipal de Saúde acionou a vigilância epidemiológica com foco nas indústrias fumageiras da cidade.
No ano passado, a atividade — que inclui cigarreira, beneficiadoras e fabricantes de equipamentos para o setor- representou cerca de 60% da arrecadação da cidade, o chamado Valor Adicionado Fiscal (VAF). A coluna procurou o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco) que preferiu não se manifestar sobre o assunto.
Em nota publicada no site da prefeitura, na terça-feira (28), a Sesa informou que a vigilância está realizando um levantamento junto às indústrias fumageiras pois são “as empresas que mais recebem pessoas vindas da China” A ação tem como objetivo saber, por exemplo, quem viajou e por quanto tempo permaneceu no país, além de outras informações. As agências de viagem do município também estão sendo consultadas para identificar moradores que tenham ido para as áreas consideradas de contaminação.
Na sexta-feira (31), cerca de 50 profissionais da saúde participação de um treinamento, como preparação para o enfrentamento da doença. O comunicado informa ainda que “A Sesa segue as orientações fornecidas pelo Ministério da Saúde e vem acompanhando a situação mundial em tempo real e tomando todas as medidas básicas para evitar a contaminação da população”. A estratégia de prevenção também inclui a distribuição de materiais com informações sobre a doença. Não há, até o momento, nenhum caso confirmado ou suspeito de coronavírus no município. Leia a íntegra da nota.
O que os santa-cruzenses precisam saber sobre o coronavírus
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesa), de Santa Cruz do Sul, informa que desde que surgiram as primeiras informações a respeito do coronavírus, mantém-se em estado de alerta e deu início ao planejamento de ações e estratégias para os procedimentos a serem adotados diante de possíveis casos suspeitos da doença.
A Sesa segue as orientações fornecidas pelo Ministério da Saúde e vem acompanhando a situação mundial em tempo real e tomando todas as medidas básicas para evitar a contaminação da população. Não há até o momento nenhum caso confirmado ou suspeito de coronavírus no município. Nesta sexta-feira, dia 31, cerca de 50 profissionais da saúde participarão de um treinamento, como preparação para o enfrentamento da doença.
A maior preocupação no momento é com a disseminação de informações falsas, as chamadas fake news, que além de alarmar a população podem contribuir para que a doença se alastre, caso entre no país. Pede-se que a comunidade acompanhe os fatos somente por meio dos veículos oficiais de imprensa e também no site da Prefeitura, onde serão divulgados boletins da Vigilância Epidemiológica. A partir deste final de semana, o órgão terá um plantão de notificações.
A Sesa agora está reorganizando os fluxos nos pronto atendimentos e em todas as unidades de saúde para que as equipes estejam preparadas e saibam como agir a partir de qualquer caso suspeito. Por ser uma cidade turística e ter sua economia com base na indústria fumageira, Santa Cruz do Sul recebe pessoas vindas de várias partes do mundo. Também em razão do período de férias, é grande o número de moradores que viajam para o exterior.
Em virtude dessa realidade a Vigilância Epidemiológica está realizando levantamentos junto às indústrias fumageiras, que são as empresas que mais recebem pessoas vindas da China, a fim de saber quem viajou, quanto tempo permaneceu no país, entre outras informações relevantes. Também está sendo feito um apanhado junto às agências de viagem para identificar moradores que tenham ido para as áreas consideradas de contaminação.
Outra medida que será tomada é a distribuição de materiais com informações básicas para pessoas que solicitarem seu certificado de vacinação contra a febre amarela, tendo em vista viagens ao exterior. Até o momento as informações a respeito do vírus ainda são superficiais, portanto a orientação é que as pessoas lavem bem as mãos, evitem aglomerações e ao espirrar tenham em mãos um lenço ou aproximem do nariz a dobra do cotovelo.
Para que um caso seja considerado suspeito, não basta a presença da sintomatologia. É preciso que a pessoa tenha tido algum tipo de contato – nos últimos 14 dias – com quem veio de território considerado contaminado. Em caso de suspeita da doença no município será feita a coleta de secreção do trato respiratório, tal qual se procede para averiguação de casos suspeitos de Influenza. O primeiro teste será para descartar a presença de Influenza e somente após o descarte dessa possibilidade, será feito um segundo teste para coronavírus. Os exames serão encaminhados para o Lacen.
Independente do resultado, não há tratamento específico para o coronavírus, o que se faz é controlar os sintomas, que são muito semelhantes a diversas outras doenças, como febre, tosse e dificuldade de respirar.
Caso haja confirmação de algum caso em um futuro próximo, medidas de bloqueio e controle serão adotadas. Dentre as quais está o uso de máscaras.
* Colaborou Camila Silva