Representantes do agronegócio brasileiro estão cobrando explicações e pedindo posicionamento do governo federal sobre questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado domingo pelo Ministério da Educação, que julga de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) quer posicionamento urgente do governo federal. O senador Luis Carlos Heinze protocolou nesta terça-feira requerimento na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária de convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, para que esclareça as denúncias de politização das provas.
Heinze apontou “abordagens tendenciosas” nas questões 70, 71 e 89. “A demonização da produção rural exposta no teste inclui uma associação absurda entre a produção de soja e o desmatamento da Amazônia, a superexploração dos trabalhadores e as chuvas de veneno. É um claro ataque ao segmento, que precisa ser corrigido”, afirmou Heinze. O senador argumenta que as questões, além de teor ideológico, carecem de fundamentação científica e acadêmica. “Esse tipo de abordagem pode impactar de maneira significativa na forma como a sociedade percebe o setor agropecuário e sua contribuição para o país”, pontuou Heinze, que espera a aprovação do requerimento nesta quarta-feira.
Em nota oficial, a Frente Parlamentar da Pecuaria,FPA, também quer a anulação das questões 70, 71 e 89. “É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam uma vaga nas universidades do Brasil”, afirmou em nota oficial. ”Este é o único país do globo em que o seu próprio governo federal propaga desinformação sobre a principal atividade econômica e de produção de riqueza, renda e empregos.”
O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) também manifesta repúdio ao fato. “Consideramos, no mínimo, um perigoso desserviço à nação a apresentação nas provas de questões direcionando foco unilateral em críticas sobre um tema tão complexo como a atividade agropecuária no país”, afirmou.