Cientistas identificam neurônio que pode combater alcoolismo
Pesquisadores do Texas, nos Estados Unidos, identificaram o neurônio capaz de avisar quando é a hora de parar de beber. O estudo foi publicado no jornal “Biological Psychiatry” e divulgado nesta quarta-feira (6).Neurônios específicos podem influenciar o comportamento do consumo de álcool, de acordo com os resultados. A prévia da pesquisa mostrou que o hábito altera a estrutura física dos neurônios espinhosos médios, localizados na região estriado dorsomedial do cérebro.Eles descobriram que a ativação de um tipo de neurônio, chamado D1, conduz à segunda dose de bebida. Nesta fase da pesquisa, eles também descobriram um segundo tipo de neurônio que determina que o indivíduo pare de beber – o D2.O tipo D1 é o que impulsiona o cérebro, enquanto o do tipo D2 segura as reações. Em outras palavras, quando os neurônios D2 são ativados, eles desencorajam a ação.”Os neurônios D2 são bons pelo menos do ponto de vista do vício”, disse Jun Wang, um dos autores da pesquisa. “Ativá-los é importante para prevenir problemas de comportamente com a bebida”, completou. Segundo os pesquisadores, neurônios D2 tendem a ser desativados quando bebemos demais. Isso significa que não há nada no cérebro nos “dizendo” para parar de beber.Os resultados do estudo fornecem uma visão sobre o mecanismo do alcoolismo. “Nossa pesquisa atual e a anterior são essencialmente dois lados da mesma moeda”, disse Wang. “D1 e D2 são neurônios meio espinhosos e têm essencialmente papéis opostos no consumo de álcool”. Ao manipular a atividade desses neurônios, os pesquisadores foram capazes de mudar o consumo de bebidas alcoólicas nos ratos que haviam sido “treinados” para buscar álcool. Ao ativar os neurônios D2, o consumo de álcool foi diminuído. Segundo Wang, ainda se está muito longe de testar o efeito em seres humanos. Mas, em teoria, a estimulação elétrica ou algum outro método de ativação dos neurónios D2 pode ser capaz de prevenir alcoólatras de querer sempre ingerir outra bebida. “Esse é o objetivo final”, disse. “Espero que estes resultados sejam, eventualmente, capazes de serem usados para o tratamento da dependência de álcool.”