Atuação da Polícia Civil e Vara da Infância e Juventude pode ter evitado ataque a escola estadual em Sobradinho, diz Delegada
A rápida atuação da Polícia Civil e da Vara da Infância e Juventude de Sobradinho no caso do planejamento de um possível atentado à uma Escola Estadual, por um adolescente de 15 anos, pode ter minimizado a concretização do fato, conforme disse a Delegada Graciela Foresti Chagas, em entrevista à Geração na manhã desta sexta-feira, 05.
– Pensamos ter atuado da maneira mais rápida possível, a fim de minimizar a possibilidade de que isso se concretizasse – destacou.
O caso foi divulgado na tarde de quarta-feira, 03, após policiais civis cumprirem mandados de busca e apreensão em duas residências do suspeito, no centro de Sobradinho. Foram apreendidas armas, munições, drogas, computadores, celulares, notebooks e anotações.
Nota da Escola
Após a informações serem reveladas, a Escola divulgou nota dizendo que “infelizmente e irresponsavelmente, alguém difundiu falsas informações nas redes sociais que deixou a comunidade escolar em pânico.”
O texto diz ainda que “os comentários sobre um possível incidente que estaria por acontecer na escola é fato antigo e segundo o menino, era uma “brincadeira” a qual comentou com alguém próximo tempos atrás. A equipe diretiva e patrulha escolar já haviam conversado com o menino e um familiar, onde eles entenderam a gravidade do problema gerado e o menino se comprometeu em não fazer mais, tais “brincadeiras”, mas infelizmente alguém imaginou que algo iria acontecer e associou, equivocadamente, ao evento de halloween.”
A direção da Escola diz ainda que tomou todas as devidas precações e que conversou com um familiar do aluno e chegaram ao consenso que era melhor o menino não ir à escola, evitando pânico aos outros alunos e descriminação dele. Informou também que não divulgou a situação para não gerar desconforto nas famílias, pois o problema já havia sido solucionado.
A delegada Graciela Foresti Chagas diz que a nota causa estranheza e é contraditória.
– A Escola reputou (considerou) mesmo que remotamente, que existia algum risco, se não, não teria providenciado o afastamento deste adolescente. E mais, a Escola não tem habilitação em Segurança Pública para avaliar o risco e a gravidade dessa circunstância, como as autoridades que são responsáveis, como Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Civil são habilitadas. Então esta nota, visa a meu ver, justificar a omissão da própria Escola, que não agiu da maneira que deveria ter agido – disse.
Segundo a Delegada, neste caso, ou qualquer situação que envolva atos infracionais ou a possibilidade de atos de gravidade, a escola deve acionar o Conselho Tutelar, que é o órgão habilitado para avaliar a situação e transmitir para as autoridades competentes.
Responsabilização
Conforme a Delegada Graciela Foresti Chagas, dependendo dos crimes que forem caracterizados após a investigação, os responsabilizados podem ser o próprio adolescente e quem possibilitou que ele tivesse acesso as armas apreendidas.
Problemas psicológicos
Sobre as condições mentais do menino, a Delegada disse que durante a ação do cumprimento do mandado, ele fez uso de medicamento, mas não soube precisar para que tipo de problema.
– Ele solicitou a medicação e a sua genitora narrou que ele possui acompanhamento e autorização para fazer uso. Para que serve e quais as prescrições, não foi questionado no momento porque nosso foco não era esse – finalizou.