Para auxiliar na redução da vulnerabilidade social e do trabalho infantil na localidade de Coloninha, em Arroio do Tigre, o programa ARISE investiu em uma agroindústria que será gerida pelas agricultoras daquela região. A inauguração será na sexta-feira, 17, as 9h30 e, é fruto de uma soma de esforços da comunidade e de diferentes organizações que estão atuando para a concretização da iniciativa, e na capacitação e orientação das mulheres.
Com o investimento da Japan Tobacco International (JTI), a agroindústria Delícias da Colônia será entregue pronta para funcionar, com todos os equipamentos e insumos necessários ao início da produção. A ideia nasceu dos cursos de panificação oferecidos pelo ARISE às mães de alunos das escolas nas quais o programa oferece oficinas no contraturno. Além do curso de panificação, as mulheres também participaram de um treinamento sobre empoderamento, ministrado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
“O ARISE entende que elevar a renda das famílias é essencial para combater o trabalho infantil em regiões com maior vulnerabilidade social”, afirma a supervisora de Projetos Sociais da JTI, Marinês Kittel. Ao total, 13 mulheres integram o projeto e vão se revezar por turnos para mantê-lo funcionando.
Protagonismo e superação
A expectativa com a inauguração é grande. Leila Mara da Silva Brum, 29 anos, que preside a associação gestora da agroindústria, está ansiosa com os resultados. “Foi uma longa caminhada para nós e todos os envolvidos nesse projeto. Agora, nosso objetivo é colocar ela pra funcionar, conseguir uma boa clientela e gerar renda para todas as famílias envolvidas”, afirma. Nesse primeiro momento, serão produzidos biscoitos e bolachas e, posteriormente, a produção será ampliada de acordo com a vontade das participantes.
Além da questão econômica, o projeto também é uma oportunidade para elas se empoderarem. “Essas mulheres estão assumindo o protagonismo de uma iniciativa que tem impacto direto em suas vidas, sendo responsáveis por seu próprio empreendimento, atuando na produção, administração e comercialização dos produtos”, analisa Marinês. Segundo o relato de Leila, esse processo já está em andamento. “Essa oportunidade nos possibilita trabalhar em algo novo, diferente do que estávamos acostumadas. Um exemplo é a parceria que estamos buscando com um mercado que está abrindo na região, para que vendam os nossos produtos”, afirma.
União
A viabilização da iniciativa só ocorreu pela soma de esforços de diferentes parceiros. O terreno no qual a agroindústria foi erguida, por exemplo, foi doado por uma família que reside no distrito de Coloninha. “Meu pai, Warno Henrique Hubner, já falecido, sempre se preocupou muito com as pessoas que moram aqui, buscando contribuir com iniciativas para melhorar a região. Por isso, quando surgiu a proposta da agroindústria, minha mãe, Sybilla, conversou comigo e minhas irmãs e decidimos ceder o terreno”, conta Neusa Hubner de Castro, 58 anos, que também integra o projeto.
A construção do prédio, instalação, adequação, compra de equipamentos, insumos para produção e treinamentos foram custeados pela JTI, com a assessoria técnica da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A Emater também dá suporte às mulheres na criação das receitas dos produtos, compra de insumos, testagem, padronização, gestão e boas práticas de produção. Além disso, o projeto contou com o apoio irrestrito da prefeitura do município de Arroio do Tigre, que auxiliou a realizar o cercamento, a melhorar os acessos, e a trazer energia trifásica para o local.
Outra parceira é a empresa Renove Jr., do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Maria. Ela será responsável pela avaliação de impacto socioeconômico da iniciativa e por oferecer suporte e treinamento para as mulheres na realização do plano de marketing dos produtos. “A gente vê que elas acreditam muito no negócio e nós queremos contribuir com essa jornada para que dê certo”, afirma Jéssica Vieira, estudante de Engenharia Civil da UFSM.
O trabalho infantil em Arroio do Tigre
No município de Arroio do Tigre, que possui cerca de 12 mil habitantes, o Censo de 2010 apontou que existiam 626 crianças e adolescentes entre 10 e 15 anos ocupados, o que corresponde a 47,7% da população nessa mesma faixa etária. Os dados indicam que mais da metade (56,7%) das crianças e adolescentes ocupados desse contingente (10 a 15 anos) tinham entre 10 e 13 anos.
Uma realidade preocupante, visto que as crianças que trabalham, além de serem privadas de uma infância plena, com sonhos, brincadeiras e educação, carregam graves consequências para a vida adulta, como impactos físicos, psicológicos e econômicos. No Brasil, conforme dados de 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PnadC), há 2,7 milhões de crianças e adolescentes de cinco a 17 anos em situação de trabalho infantil.
Sobre a JTI
A Japan Tobacco International (JTI) é uma empresa internacional líder em tabaco e vaping, com operações em mais de 130 países. É proprietária global de Winston, segunda marca mais vendida do mundo, e de Camel fora dos EUA. Outras marcas globais incluem Mevius e LD. Também um dos principais players no mercado internacional de vaping e tabaco aquecido com as marcas Logic e Ploom. Com sede em Genebra, na Suíça, emprega mais de 45 mil pessoas e foi premiada com o Global Top Employer por cinco anos consecutivos. A JTI é membro do Japan Tobacco Group of Companies.
No Brasil, são mais de mil colaboradores em 11 Estados além do Distrito Federal. A operação contempla a produção de tabaco – por meio de 11 mil produtores integrados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – compra, processamento e exportação de tabaco, fabricação, venda e distribuição de cigarros em 16 Estados do Brasil. As marcas comercializadas são Winston e Camel, esta última também exportada para a Bolívia. Em 2018 e 2019, a JTI foi reconhecida como Top Employer Brasil.
Para mais informações, visite www.jti.com/brasil.