Após vídeo com denúncia de assédio sexual, prefeito de Não-Me-Toque proíbe uso de celular
O prefeito da cidade de Não-Me-Toque, no Norte do Rio Grande do Sul, proibiu o uso de celular durante o trabalho. A medida ocorre semanas depois de um vídeo ter sido usado para denunciar Armando Carlos Ross por assédio sexual.
Ele nega que a medida seja uma retaliação por conta da denúncia, e justifica que a decisão visa acabar com possíveis distrações durante o atendimento à população. A mulher que fez a denúncia acusa o prefeito de pedir favores sexuais em troca de um cargo público, por meio de vídeo gravado no gabinete de Ross.
“Essa é uma decisão antiga, essa decisão, tem mais de um ano que vinhamos discutindo. Estamos discutindo o comportamento dos servidores que praticam atos com telefone, não convenientes, e partir disso que tomamos a decisão”, afirma o prefeito, justificando abusos e produtividade.
“Qualquer emergência que surgir, nós temos meios aqui, ou de transporte, ou de comunicação, para auxiliar o funcionario, que tem que ter um ambiente de trabalho, dos melhores possíveis. E para isso, tudo faremos […] estamos tomando essa medida porque têm pessoas que efetivamente abusam. Então, infelizmente, uma grande maioria paga por uma minoria”, afirma Ross.
A determinação proíbe o uso de celulares particulares por servidores durante o expediente dentro da prefeitura. Serão oferecidos armários para que os servidores guardem seus aparelhos pessoais durante o expediente.
Ross afirmou ainda que serão disponibilizados 100 aparelhos para serem usados nos diferentes setores da prefeitura, além dos telefones convencionais. No entanto, mesmo estando de acordo com a legislação, os servidores protestam contra a decisão.
“Já chegaram a nós algumas reclamações. Vai influenciar no trabalho, muitas vezes têm equipes que usam para o trabalho, vai dar impacto, mas temos que nos adequar àquilo que está sendo colocado por detemrinação da adminstração”, afirma o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Não-Me-Toque Sebastião Gilmar D’Ávila.
A proibição passou a valer no dia 20 de abril, e passa a ser aplicada a partir do dia 2 de maio, período que os servidores terão para se adaptarem às mudanças.
Após as denúncias, o prefeito segue desempenhando suas funções, e não vai se manifestar sobre o caso, até que haja alguma determinação judicial.
O inquérito aberto pela Polícia Civil é baseado em duas denúncias. As informações são do G1.
Foto: Reprodução/RBS TV.