Após incêndio, presídio de Espumoso deve ser reformado com dinheiro de depósitos judiciais
A direção do presídio de Espumoso, no Norte do Rio Grande do Sul, usará recursos de depósitos judiciais para reformar uma ala do regime semiaberto atingido por um incêndio em janeiro, e que está fechada sem poder receber detentos. Por conta da situação, presos foram liberados, sem que fosse aplicado qualquer tipo de controle. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) disse que uma força tarefa vai à cidade na próxima semana para colocar tornozeleiras nos presos.
Após o incêndio ocorrido no dia 17 de janeiro, 25 presos foram transferidos e 48 tiveram que ser soltos por determinação da Justiça.
“Infelizmente nós não tivemos nenhum retorno por parte do estado quanto a recursos para, vamos dizer assim, fazer a reforma ou a reestruturação do presídio em razão do incêndio, não tivemos nada de recursos estaduais”, afirma a promotora de justiça Suzane Hellfeldt.
Fogo atingiu cela do regime semiaberto em Espumso, onde estavam 34 presos (Foto: Jonatan Palla/Clic Espumoso) Fogo atingiu cela do regime semiaberto em Espumso, onde estavam 34 presos (Foto: Jonatan Palla/Clic Espumoso)Fogo atingiu cela do regime semiaberto em Espumso, onde estavam 34 presos (Foto: Jonatan Palla/Clic Espumoso)A direção do presídio, no entanto, em parceria com o judiciário e outros integrantes do conselho da comunidade, resolveram fazer a reforma usando os recursos de depósitos judiciais. O orçamento, entretanto, ainda não foi elaborado.
“Vamos ter que reformar apenas chão, parede e parte do reboco. E também a estrutura elétrica e hidráulica. Então, são apenas consertos e reparos, não a construção”, afirma o diretor do presídio de Espumoso, Lennon Santos.
Dos 48 presos libertados depois do incêndio, 36 estão nas ruas sem nenhuma espécie de monitoramento. A situação preocupa moradores da cidade que tem cerca de 20 mil habitantes.
“É a segurança das pessoas que estão aí. Indo e vindo, e essas pessoas têm que ter um lugar para estar cumprindo (pena) pelo que eles fizeram”, opina o empresário Raul Martin.
Dos 12 presos que estão com tornozeleiras, sete violaram as regras do uso do equipamento. Cinco foram recapturados e dois permanecem foragidos. Até a segunda-feira (19), a Justiça deve decidir se os presos liberados no dia do incêndio ainda vão permanecer em liberdade provisória, uma vez que a promessa é de que todos sejam monitorados.
Por meio de nota, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) informou que na próxima semana a equipe vai a Espumoso para instalar as tornozeleiras nos presos que foram colocados em regime de prisão domiciliar.
Fonte: G1