A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu uma ampla investigação sobre uma possível redução de doses dos frascos da CoronaVac enviados aos estados e municípios brasileiros. Após inspeção das linhas produtivas, a Anvisa concluiu que o problema está relacionado aos erros de extração.
A CoronaVac trazia 6,2 ml do imunizante em cada frasco quando foi autorizada para uso emergencial no Brasil, para que fosse possível extrair 10 doses por frasco, com uma margem de tolerância. Durante esse período, houve notificações de profissionais de saúde relatando ser possível extrair até 12 doses de um único frasco.
Porém, o Instituto Butantan, seguindo as recomendações técnicas mais atualizadas da Farmacopeia Brasileira 6ª edição, reduziu o volume de enchimento de 6,2 para 5,7 mL, com o objetivo de aumentar o rendimento do processo produtivo em até 8%. A alteração foi reclamada pelos profissionais de saúde, que notaram a redução visual no volume do frasco e registraram casos em que os frascos rendiam menos de 10 doses.
Os técnicos da Anvisa verificaram que esse problema está relacionado aos erros de extração do frasco, principalmente devido ao uso de seringas inadequadas. “De acordo com a avaliação técnica feita pela Anvisa, o uso de seringas de 3 ml não seria o mais adequado para a extração das vacinas, que possuem doses de 0,5 ml. O relatório aponta ainda que o mais adequado para a retirada e aplicação das doses são as seringas de 1 ml, que têm uma maior precisão para cada dose”, divulgou a Agência, em nota.
A Gerente-Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária da Anvisa concluiu o documento afirmando que “não há indícios que corroborem para a hipótese de que o Instituto Butantan esteja fabricando a vacina CoronaVac com volume inferior ao preconizado”. A hipótese foi descartada e as investigações foram concluídas.