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Analistas veem variedade de nomes como empecilho para a eleição do próximo ano

A variedade de políticos que se apresenta à população como terceira opção de voto para as eleições presidenciais do ano que vem dificulta a construção de uma candidatura que seja forte o suficiente para bater de frente com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto os dois principais nomes da política nacional detêm uma parcela importante do eleitorado, a pulverização entre os demais candidatos afasta a possibilidade de que algum deles mude o destino do pleito.

Por mais que algumas estatísticas apontem a intenção de parte dos brasileiros de votar em um nome que não seja Bolsonaro ou Lula, como o recorde de abstenções nas eleições de 2018 (42,1 milhões de brasileiros votaram nulo, branco ou não compareceram ao local de votação), a impressão de momento é de que a terceira via não vai decolar.

Um retrato disso foi o pouco contingente de manifestantes nos atos de 12 de setembro, organizados pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que tiveram como pauta o impeachment de Bolsonaro. O fato de o PT não ter aderido ao ato, ao contrário do que fizeram potenciais presidenciáveis, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e Ciro Gomes (PDT), esvaziou o protesto e mostrou uma aparente rejeição à terceira via.

“O eleitor ainda não conhece essa terceira via. Um candidato não é escolhido pela população, ele é trabalhado internamente e apresentado à população como alguém presidenciável. Ter várias terceiras vias atrapalha, porque você fragmenta esses votos”, analisa o cientista político André Rosa.

Para o especialista, por mais que ainda haja tempo e viabilidade para a construção de um nome para dividir as atenções com Lula e Bolsonaro, sem um acordo majoritário entre as siglas, a derrota é um caminho inevitável. “É muito mais estratégico ter um nome de consenso em que outras candidaturas vão abraçar do que várias candidaturas fluidas”, afirma.

O governador do Rio Grande do Sul é o principal adversário de João Doria nas prévias do PSDB. Apesar de não possuir um trunfo tão forte como o paulista, que ganhou popularidade ao garantir a chegada da CoronaVac ao Brasil, Leite possui apoio de uma parcela importante da legenda, como dos ex-presidentes da sigla Pedro Tobias e Antonio Carlos Pannunzio. Para os tucanos, Eduardo Leite tem condições de “unir o país”.

*Correio Braziliense

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