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Acusado de matar avô e esposa dele em Cachoeirinha é condenado a 52 anos de prisão

Acusado de matar avô e esposa dele em Cachoeirinha é condenado a 52 anos de prisão
07.08.2025 07h12  /  Postado por: Reportagem

Andrew Heger Ribas, acusado de matar o próprio avô e a esposa dele, foi condenado na noite desta quarta-feira (6) a 52 anos, cinco meses e 10 dias de reclusão em regime inicial fechado, além de um ano e cinco meses de detenção pelos crimes de duplo homicídio qualificado e os delitos de ocultação de cadáver, fraude processual, maus-tratos aos animais e resistência à prisão. Cabe recurso da decisão.

Ele era acusado pela morte do avô Rubem Affonso Heger, 85 anos, e de  Marlene dos Passos Stafford Heger, 53, em 2022. O júri do caso foi realizado em Cachoeirinha.

Conforme decisão do conselho de sentença, houve o afastamento da inimputabilidade do réu, que está internado no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), e deverá ser encaminhado ao sistema prisional.

A mãe do suspeito, Cláudia de Almeida Heger, também era ré por matar o pai e a madrasta, mas ela morreu em março de 2025 por complicações relacionadas a comorbidades, incluindo diabetes, obesidade, hipertensão arterial e infecção do trato urinário.

Rubem e Marlene foram vistos pela última vez na manhã de 27 de fevereiro de 2022. Conforme o Ministério Público estadual, o crime foi praticado por motivações financeiras.

Eles foram mortos dentro da própria casa, localizada na Vila Carlos Antônio, em Cachoeirinha. Após o crime, Ribas e Claudia teriam colocado colchões na frente da garagem da residência, na tentativa de obstruir a frente de casa para conseguir ocultar os corpos.

A cachorra de estimação do casal também foi morta, em uma caixa de gordura. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Marlene recebia a dupla em sua casa.

Os corpos de Marlene e Heger nunca foram encontrados. No ano passado, Ribas revelou que os cadáveres foram queimados em uma churrasqueira, com carvão e lenha.

O depoimento do réu

No depoimento de Andrew Heger Ribas, nesta quarta-feira (6), o réu afirmou não desejar que tivessem ocorrido os assassinatos, descrevendo as vítimas como “boas pessoas”.

Ele também alegou ter agido sob influência de sua mãe. Ela também seria julgada, mas faleceu em fevereiro deste ano ao sair da prisão para tratar uma infecção.

— Eu não matei ninguém. Não queria nada disso. Se fosse por mim, não teria acontecido nada disso. Não acho que isso deveria ter acontecido. Eles eram pessoas muito boas — afirmou.

Ele disse, ao longo do interrogatório, que teve a vida controlada pela mãe, e que, em razão da manipulação dela, não conseguia tomar as próprias decisões:

O promotor Caio Isola de Aro iniciou a fala contestando a ideia de que Andrew Heger Ribas não pudesse ser responsabilizado pelos crimes. Segundo ele, o réu tinha plena consciência do que estava fazendo e agiu de forma deliberada e planejada, em parceria com a mãe.

Como evidência, o promotor destacou que Ribas foi sozinho aplicar insulfilm no carro dias antes do crime, escolhendo a versão mais escura. Também apresentou notas fiscais que mostram compras de itens como luvas e fita crepe feitas por ele e pela mãe em uma loja de Esteio, pouco antes do ocorrido.

Outro ponto levantado foi o histórico do réu nos Estados Unidos, onde estudou por dois anos. O promotor lembrou que, após o pai interromper o envio de dinheiro para sustentar os estudos, Andrew e a mãe teriam ficado inconformados. Em 2016, o réu teria invadido a empresa do pai em Porto Alegre, armado com uma faca, e feito funcionários reféns.

O promotor também mencionou que Andrew responde por maus-tratos a animais, citando o caso da cachorrinha das vítimas, que foi encontrada morta com espuma na boca, dentro de uma caixa de gordura na casa onde o crime teria ocorrido.

A defesa, o advogado André Von Berg, que representa Andrew Heger Ribas, ressaltou que o réu decidiu colaborar com as investigações por iniciativa própria, mesmo que tardiamente. Segundo ele, essa atitude foi fundamental para que o caso fosse compreendido. O defensor reconheceu que Ribas participou da ocultação dos corpos, mas negou que tenha cometido os homicídios. Von Berg reforçou que o réu era dominado pela mãe.Já sobre a questão da inimputabilidade, o advogado citou um laudo médico do Instituto Psiquiátrico Forense que aponta que Andrew sofre de transtornos mentais e, por isso, não pode ser responsabilizado criminalmente. Ele também lembrou que o réu já era interditado civilmente antes do crime.

Disse que houve progresso nesse aspecto desde 2022, graças ao tratamento psiquiátrico e ao uso de medicamentos.

Familiares estiveram presentes

Os familiares das vítimas estiveram presentes no julgamento desta quarta-feira (6).

*Zero hora

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