Venda de caminhões cresceu 48% em 2021
O ano de 2021 surpreendeu no setor do transporte ao contrariar as expectativas de um período pouco favorável após a pandemia. Após o cenário mais complicado da crise sanitária, a venda de caminhões cresceu 48% no país, de acordo com informações do presidente da Federação das Empresas de Logística e de Transporte de Cargas no RS – Fetransul, Afrânio Kieling.
“O RS foi um exemplo, pois aqui muitas empresas transportavam para o estado inteiro produtos hospitalares, alimentos, foi uma corrente muito forte e a gente vê que o povo gaúcho tem uma solidariedade fantástica e isso é um grande resultado, o estado ganha com isso”, pontua.
Para 2022, a perspectiva é de crescente avanço do setor, mesmo com o impacto de um ano eleitoral. “Acreditamos que o setor vai continuar crescendo independente do governo, como no ano passado, em que houve investimento em infraestrutura” afirma. Uma pauta que deve surgir é a questão da redução do ICMS na gasolina e óleo diesel. “Temos várias pautas com o governo estadual que a gente trabalha para melhorar as questões do setor e da sociedade como um todo”.
Para o presidente, uma reforma tributária seria uma alternativa para melhorar a questão da inflação e juros, que refletem diretamente no setor.
“Na empresa de transporte, quanto tem aumento, ela repassa o preço. Ela não tem margem para bancar, como foi durante esse ano, um aumento de 65% do óleo diesel, ela quebra. Assim, o repasse vai para todos os produtos e é a sociedade que paga”, ressalta. “Precisamos ampliar o debate para tornar as empresas mais competitivas e poder diminuir o custo para a população”.
Kieling cita a necessidade de inovação no modelo de transporte no Brasil, em que haja uma rotação dos motoristas de caminhão e a entrega das cargas seja mais ágil. “Temos a limitação do motorista do caminhão, então temos que achar uma alternativa para que ele tenha mais produtividade”, diz. O investimento em infraestrutura viria de encontro com a otimização do tempo, uma vez que o RS tem o custo logístico mais caro do país.
“Aqui chega em torno de 26% do PIB, ou seja, tudo o que se produz, esse valor se gasta em logística. Tem países que é 5% ou 6%, e a média brasileira é 15%, pois lá fora há mais acessos ao interior, por exemplo”, finaliza.
Diário da Manhã