Horta é criada em presídio regional para evitar arremesso de celulares
Uma área que era usada para arremesar celulares para apenados no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, foi revitalizada e transformada em horta. Dois presos foram escolhidos pela direção da casa prisional para cultivar legumes e verduras, que depois são doados. As informações são do G1.
“A horta serviu para ampliar o contato visual dos brigadianos, que ficam na guarita. Em vez do mato, que dificultava a visão deles, agora temos a horta. Também instalamos uma tela de protenção nas janelas do presídio, para impedir a entrada de qualquer objeto”, explica o diretor do presídio, Aledison Picolini.
Em quatro meses de trabalho, cerca de dez mil mudas já foram plantadas em uma área de 6,4 mil metros quadrados. Os detentos que cuidam da horta são do regime fechado e foram escolhidos por bom comportamento.
“Isso é uma baita oportunidade. Daqui estão saindo as verduras pras outras entidades e isso não tem preço, é muito bom”, conta um dos presos.
Pelo menos uma vez por semana, as verduras plantadas no presídio reforçam o cardápio do Hospital Ana Nery ou da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer, em Santa Cruz do Sul.
“Porque essa alimentação como a gente sabe, é uma alimentação sem agrotóxicos, é uma alimentação plantada com muito carinho, cultivada, e que vem a beneficiar nosso setor de nutrição, nossos pacientes”, explica Liliane Hoehne, que é analista de qualidade do hospital.
Além da doação para as entidades, a produção da horta também complementa a alimentação dos presos. Como recompensa, em vez de um salário, os responsáveis pela hora recebem a cada dia trabalhado, um a menos de pena.
“É uma oportunidade única para os presos do regime fechado, porque eles ganham uma remissão diferenciada, e sem contar que eles estão tendo a oportunidade de colocar em prática… Muitos deles chegam aqui com essa habilidade de cultivar gêneros alimentícios, então eles tão tendo a oportunidade de se reencontrar com uma atividade que eles desenvolviam na rua”, acrescenta o diretor do presídio.