Gaúchos passaram a comprar mais online durante a pandemia, mas diminuíram os gastos com roupas, diz pesquisa
Será que os hábitos de consumo dos gaúchos mudaram no último ano, em razão da pandemia? As compras online viraram, de fato, uma realidade no dia a dia do público? Essas e outras questões foram levantadas na pesquisa Consumidor Gaúcho De Moda: Perfil e Hábitos de Consumo 2021, comandada pelo Sebrae RS e divulgada em junho. Para o estudo, foram feitas 925 entrevistas com pessoas maiores de 18 anos, residentes em 10 cidades do Estado: Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Ijuí, Pelotas, Uruguaiana, Caxias do Sul, Erechim, Lajeado e Passo Fundo. A margem de erro é de 3,3% para resultados gerais.
Mudanças de compras
Seja para reduzir as saídas em razão do distanciamento social ou como alternativa nos períodos em que os serviços não essenciais estiveram fechados no último ano, o consumo digital dobrou entre os gaúchos. Antes da pandemia, 3,8% do público fazia compras online. Agora, 9% diz recorrer ao e-commerce para comprar artigos de moda como acessórios, roupas e calçados. Outro dado interessante: 31,7% fizeram compras ligadas à moda ao menos uma vez pela internet. Segundo a pesquisa, 430 mil gaúchos ingressaram no mercado digital durante a pandemia.
Mas o estudo mostrou também que estamos comprando menos roupas, calçados e acessórios – 63,7% diz ter reduzido o consumo desses itens, seja por ter a renda diminuída ou para evitar gastos. Entre os que não tiveram mudanças nos hábitos estão 34,5% dos entrevistados. Antes da pandemia, os gaúchos adquiriam um novo item de moda a cada três meses, mas, agora, novas compras desse tipo de produto só a cada quatro meses.
É daqui
O estudo mostra que há um grande interesse dos gaúchos em consumirem e priorizarem marcas do Estado. Do total de entrevistados, 65% afirmaram que fazem questão de optar pelo que é feito aqui, considerando produtos semelhantes em preço e qualidade. O que se conclui é que o apelo regional é, de fato, muito relevante para o público.
Porém, a pesquisa mostra também que muitos consumidores não conhecem a procedência das marcas. Em um questionamento sobre as grifes que consomem, alguns entrevistados citaram marcas sem saber que eram do Estado, enquanto outros listaram empresas que pensavam ser daqui, quando de fato não são. Perguntados se conhecem marcas gaúchas, 14,1% afirma que sim, enquanto 5,5% diz já ter comprado de empresas do Estado.
E os brechós?
Apesar do consumo consciente estar cada vez mais em alta na moda – incluindo um novo olhar para peças de segunda mão -, o público gaúcho ainda não tem o hábito de comprar em brechós. Apenas 2,9% dos entrevistados adquirem peças usadas com frequência, enquanto 23,2% recorre a esse tipo de estabelecimento ocasionalmente. Ou seja, mais de 70% da população não compra em brechós.
E os planos de assinatura de aluguel de roupas? Essa alternativa, também ligada ao consumo consciente – já que multiplica as opções no armário sem deixar roupas paradas -, ainda é pouco conhecida pelo público daqui. Apenas 11,5% já ouviram falar dos serviços de assinatura. Segundo a pesquisa, apenas 1,8% já utilizaram as opções de compra e/ou aluguel, cerca de 135 mil gaúchos.