Congregação Notre Dame não administra mais hospital de Salto do Jacuí
Depois de quase dois anos de gestão, na tarde da última terça-feira, 19, a Congregação Notre Dame desistiu judicialmente de administrar o Hospital Aderbal Schneider, de Salto do Jacuí. Os funcionários serão demitidos no próximo dia 31, cerca de 40 dias antes do término oficial do contrato, que se dará dia 10 de julho. A principal causa foi a falta de repasse de verbas da Prefeitura Municipal. Em 2014, por vários meses este valor ficou pendente e foi acertado no início deste ano. Desde janeiro, a prefeitura de Salto do Jacuí devia valores para o Hospital Aderbal Schneider, o que inviabilizava o atendimento, uma vez que para manter o funcionamento uma parte do custeio chegou a ser feito pelo Hospital de Espumoso. Para compreender melhor essa decisão, nossa reportagem esteve em contato na manhã desta quinta-feira, 21 de maio, com o Coordenador Administrativo e Financeiro da Rede Notre Dame, Rafael Scolari, que inicia sua fala relatando a tristeza de toda a administração em ter de tomar essa decisão, relatando que foi muito pensada, pois já estavam há 5 meses sem receber os recursos que o contrato com a Prefeitura Municipal previa, onde a situação apenas se agravava, até que essa decisão final foi tomada. Na manhã do último dia 20 de maio houve uma reunião com toda a direção e o Prefeito Altenir Rodrigues, ao qual Rafael nos relata.
A Prefeitura Municipal de Salto do Jacuí deve para a Congregação Notre Dame mais de 700 mil reais, ao mesmo passo em que o Notre Dame deve aos médicos em torno de 500 mil reais. O Coordenador Administrativo e Financeiro da Rede salienta para nossa reportagem que nunca houve problema com o corpo médico de nenhum dos hospitais administrados, mas nesse caso a situação foi levada ao Sindicato Médico, atitude compreendida pela gestão hospitalar, salientando que o Hospital de Espumoso estava custeando muito do Hospital Aderbal Schneider.
Já se sabia que o contrato acabaria no mês de julho, e informações preliminares davam conta de que o contrato acabaria em breve, mas que a Rede iria entrar de novo na disputa para seguir administrado o Hospital, e por esse motivo muitas pessoas ficaram surpresas com a desistência, e Rafael explica que a Prefeitura notificou que não iria renovar com a Congregação, abrindo assim uma licitação para pessoas Jurídicas. A questão que chamou atenção da administração do Hospital foi que todo o processo sempre ocorreu de forma pessoal, e nas últimas vezes haviam apenas notificações por documentos. Também aconteceram questões relacionadas à Vice-Prefeita do Município, Cleres Revelante, que de certa forma chatearam a administração do Notre Dame, e que a situação se agravou cada vez mais.
O desligamento em massa dos funcionários já foi realizado no dia 19, onde foram comunicados da desistência do Notre Dame, mas o atendimento continuará normalmente até o dia 19 de maio, uma atitude respeitável da Congregação Notre Dame, que preocupou-se em não deixar os munícipes de Salto do Jacuí e região sem atendimento prévio. As melhorias que a Rede proporcionou para o Hospital vão desde projetos pagos até a pintura do Aderbal Schneider, mesmo que os atrasos e a dificuldade do município em repassar os valores já acontecesse desde o primeiro mês de contrato. A preocupação agora é de qual será o destino do Hospital Aderbal Schneider, que a partir do dia 31 de maio está sem administração.