“90% do gado foi levado pelo rio”, estima coordenador da Defesa Civil de Rolante
O rompimento de um açude, na noite de quinta-feira, provocou estragos históricos em Rolante, no Vale do Paranhana. Corpo de Bombeiros Voluntários e Defesa Civil ainda calculam os prejuízos, mas o levantamento preliminar feito na madrugada desta sexta pelo coordenador das duas entidades, Leandro Gottschalk, é trágico.
Além de terem ficado ilhados, já que o acesso à cidade foi bloqueado, diversos moradores perderam tudo, inclusive as próprias casas. Cerca de 100 famílias estão desalojadas — não há registro de desaparecidos ou vítimas. Os prejuízos afetam, também, a indústria, sendo que o setor calçadista é a base da economia do município de 20,8 mil habitantes, e a produção rural.
“Na agricultura, é praticamente incalculável o tamanho do prejuízo, mas podemos praticamente assegurar que 90% do rebanho do gado leiteiro e de corte foram todos levados pelo rio. Morreram, com certeza”, estimou Gottschalk em entrevista ao programa Madrugada Gaúcha.
“Alto Rolante é uma localidade industrial, que tem muitas empresas de médio e grande porte. Houve empresas que praticamente perderam todo o seu patrimônio com essa enxurrada”, acrescentou ele.
Nas palavras do coordenador da Defesa Civil, a água atingiu locais que “nem nas piores enchentes” havia chego. Isso porque, após uma chuvarada localizada, que começou por volta das 16h de quinta-feira e chegou ao ápice às 21h, a água do açude transbordou o Rio Mascarada, que banha a localidade de mesmo nome no interior do município, para depois encher o Rio Rolante.
A enchente corroeu estradas vicinais, obras de artes e pontes. A ERS-239, principal rodovia de acesso à Rolante, foi danificada em vários pontos, sendo que a entrada da cidade está inundada.
“Neste momento não dá para entrar em Rolante”, disse Gottschalk, pouco depois das 4h desta sexta-feira (6).
Quanto à extensão da enxurrada para outros municípios, o coordenador acredita que não será grave. Segundo ele, as águas descem o Vale do Paranhana, de São Francisco de Paulo até até Rolante, com uma velocidade acentuada devido à declividade do terreno, causando estragos no município. O que não acontece de Rolante em diante, já que o “rio acaba perdendo velocidade e energia”.
GAÚCHA + ZERO HORA
