2022 deve ser o melhor dos últimos três anos para as indústrias gaúchas do vestuário
O ano de 2021 foi de altos e baixos para o setor do vestuário no Rio Grande do Sul. Um quadro positivo de produção e venda logo foi derrubado, em março, com novos decretos de fechamento das atividades industriais e comerciais por conta da pandemia.
Situação revertida apenas no segundo semestre, quando houve uma reabertura e a estabilidade na economia. De acordo com o SIVERGS (Sindicato das Indústrias do Vestuário do Rio Grande do Sul), o ano de 2021 deverá encerrar com um incremento no faturamento entre 30% e 35% sobre o ano passado.
“2021 iniciou bom, mas nossas expectativas despencaram quando houve o novo decreto de fechamento. Porém, entre julho e agosto, conseguimos ter uma rápida recuperação devido à experiência de 2020. Devemos encerrar este ano positivamente, porém, entre 5% e 15% a menos se comparado com 2019”, afirma Rogério Bértoli, vice-presidente do SIVERGS.
Para o presidente da entidade, Silvio Colombo, a expectativa do setor para o próximo ano é alta e contará com a estabilidade da pandemia, os protocolos sanitários e os rumos dos embates políticos que o Brasil está vivendo.
“Em janeiro teremos um grande termômetro para a arrancada do ano novo, que é o RS Moda Edição de Inverno, em Gramado (RS), junto à FENIN. Se levarmos em consideração o evento anterior e sem a interrupção que houve em 2021, certamente teremos as melhores vendas dos últimos três anos alavancando 2022, pois consideramos que há um consumo de roupas de inverno represadas por conta do fechamento do comércio de forma escalonada, bem como o pouco interesse dos consumidores, que não se sentiram à vontade de irem às compras no ano anterior”, afirma Silvio.
Crescimento que já é visto no cenário atual, com a Black Friday, no mês de novembro, associada ao movimento que está ocorrendo na época do Natal e as produções junto as Indústrias. “Tudo nos leva a acreditar que não haverá parada neste inicio de ano e que teremos uma produção intensa para suprir as necessidades do Comércio Varejista do Vestuário de todos os portes”, conclui Rogério.
Outra boa notícia é que o setor, responsável por 23 mil empregos diretos e 38 mil indiretos, e que demitiu cerca de 800 pessoas durante a pandemia, já está contratando novamente.
Foi o caso da dona de casa Ilda Alzira Mras, de 55 anos. Ela foi uma das 16 formandas do curso gratuito de costureira organizado, há 12 anos, pelo SIVERGS em parceria com o SENAI.
“Eu sempre tive o sonho de trabalhar com costura e, em setembro, decidi fazer o curso e em 45 dias estava formada e em 50 dias chamada para contratação”, relembra. Desde outubro, Ilda trabalha em uma indústria na Região Metropolitana de Porto Alegre.